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Rubens Ometto Enfrenta Grande Prejuízo com a Venda de Ações da Vale pela Cosan

2025-01-17

Autor: Julia

A Cosan, liderada por Rubens Ometto, decidiu liquidar sua participação de 4,05% na mineradora Vale, arrecadando R$ 9,1 bilhões durante um leilão realizado na última quinta-feira (16 de janeiro de 2025). O preço final de R$ 52,29 por ação representa uma queda acentuada em relação aos cerca de R$ 22 bilhões investidos em outubro de 2022, quando o grupo entrou na Vale com ações cotadas a R$ 64.

Naquele momento, a Cosan havia adquirido uma participação de 4,9% e planejava expandir para 6,5%. A venda desta quinta-feira resulta em um prejuízo significativo, superior a R$ 10 bilhões para Ometto. A quantia recebida deve ser utilizada para reduzir a dívida líquida do grupo Cosan, que enfrenta um cenário complicado devido à alta das taxas de juros.

Ometto comentou que os juros pagos para manter a posição na Vale eram mais altos do que os dividendos recebidos, o que motivou a decisão de venda. "Vender a participação foi o caminho mais inteligente neste momento", afirmou ao portal UOL.

Atualmente, 24% da dívida da Cosan está vinculada ao CDI, que é diretamente afetado pela Selic, atualmente fixada em 12,25% ao ano, com perspectivas de novas altas. A situação financeira do grupo exige agilidade e boas estratégias para otimizar seu capital e reduzir passivos.

Além das questões financeiras, Ometto também se envolveu em polêmicas políticas. Como um dos principais doadores nas eleições de 2022, ele teve desentendimentos com o governo Lula, especialmente sobre a presidência da Vale. Ometto tentava promover Luis Henrique Guimarães para o cargo, mas Lula optou por Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e figura influente na Previ, principal acionista da mineradora. O conflito culminou na escolha de Gustavo Pimenta como novo presidente do conselho de administração, em outubro de 2024.

Ometto não hesitou em criticar publicamente o governo, alegando que ele "desrespeita" leis fiscais e afirma que a administração atual está focada apenas em aumentar a arrecadação tributária, sem tomar medidas para reverter o déficit fiscal enfrentado pelo Brasil. Essas críticas foram proferidas em eventos do Grupo Esfera, onde enfatizou que as diretrizes governamentais não estão beneficiando os empresários, deixando-os em uma posição insustentável.

O futuro da Cosan e seus acionistas está incerto, considerando a volatilidade do mercado e as decisões estratégicas que precisam ser tomadas agora mais do que nunca. Qual será o próximo passo de Rubens Ometto para restaurar a saúde financeira de seu grupo?