Ciência

Descobertas Surpreendentes sobre o Mosaico de Alexandre, o Grande, Reveladas em Análise Inédita

2025-01-17

Autor: Carolina

Um novo estudo revela informações fascinantes sobre o "Mosaico de Alexandre", uma das obras de arte mais notáveis da Antiguidade Romana, atualmente em exibição no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, na Itália. Durante um ambicioso projeto de restauração, pesquisadores descobriram que as 1,9 milhões de pedras que compõem o mosaico têm origem em diversas regiões do mundo, incluindo materiais que não pertencem aos territórios conquistados pelo Império Macedônio.

A pesquisa não só elucidou a origem das pedras, mas também forneceu novos detalhes sobre o processo inicial de descoberta e conservação da obra, que ocorreu no século 19. As descobertas foram publicadas na revista PLOS One nesta quarta-feira (15).

O mosaico, medindo impressionantes 5,83 metros de comprimento e 3,25 metros de altura, retrata a célebre Batalha de Issus, onde Alexandre, o Grande, derrotou o rei persa Dario III. Descoberto em 1831, durante escavações na antiga cidade de Pompéia, o mosaico estava localizado na luxuosa "Casa do Fauno".

Qualidade Artística e Técnica

A técnica utilizada na criação do mosaico, conhecida como opus vermiculatum, destaca-se pela habilidade em combinar tesselas coloridas para formar imagens detalhadas. Considera-se que esta obra é uma reprodução de uma pintura helenística de Filoxeno de Erétria, possivelmente datada de 315 a.C.

Em 2020, um projeto de restauração foi lançado, utilizando tecnologias avançadas e métodos de análises não destrutivas. Equipamentos como microscopia de vídeo digital, espectroscopia Raman, e análise de fluorescência de raios X foram empregados para mapear as composições químicas das tesselas e entender melhor a condição da obra.

Entre as descobertas mais impressionantes, especialistas identificaram dez cores diferentes nas tesselas, provenientes de materiais naturais, como carbonatos e vidros coloridos. Detalhes sobre a paleta de cores incluem tons variados de rosa, verde, azul, e até mesmo de partículas vítreas, o que reflete a complexidade e a sofisticação da obra.

Vestígios de Restaurações Anteriores

Os pesquisadores também descobriram vestígios de restaurações anteriores que envolviam o uso de gesso e ceras naturais, aplicadas no século 19. Embora essas substâncias tenham sido utilizadas para proteger o mosaico, acabaram contribuindo para sua deterioração ao longo do tempo, especialmente em razão da umidade e reações químicas.

Além disso, imagens por termografia infravermelha revelaram anomalias térmicas, sugerindo vulnerabilidades estruturais da obra, enquanto análises multiespectrais mostraram a presença de materiais de proteção aplicados durante a transferência do mosaico para o museu.

Análise da Origem das Pedras

A investigação se aprofundou na origem das tesselas, estabelecendo conexões com antigas pedreiras usadas na época romana. A análise geológica sugere fontes em regiões do Mediterrâneo, da Península Ibérica e até da Tunísia. As tesselas brancas podem estar relacionadas ao mármore "Marmor Lunensis", das pedreiras italianas, enquanto as rosa podem ter vindo de Portugal e as amarelas da antiga cidade de Simitthus, na Tunísia.

Os esforços de restauração estão em andamento, e os pesquisadores acreditam que novas conclusões podem emergir nos próximos meses, adicionando ainda mais valor a esta impressionante obra de arte que continua a fascinar estudiosos e visitantes de todo o mundo.