Em uma entrevista exclusiva ao jornal ucraniano Kyiv Post, Maria, uma enfermeira que trabalha com os serviços secretos militares da Rússia, compartilhou detalhes alarmantes sobre a situação dos soldados norte-coreanos feridos que estão sendo tratados nos hospitais russos. Ela preferiu não revelar seu sobrenome por questões de segurança, mas suas palavras ecoam a gravidade da situação: 'A realidade é chocante e, embora pareça surreal, tudo isso está documentado'.

Recentemente, o Serviço de Segurança da Ucrânia (Sbu) revelou uma conversa telefônica interceptada onde uma enfermeira em Moscovo desabafa sobre o tratamento prioritário dado aos soldados norte-coreanos. Em contraste, ela menciona que os soldados russos feridos estão recebendo cuidados em condições inferiores.

Na conversa, a enfermeira se refere à dificuldade em distinguir os soldados norte-coreanos: 'Eles parecem todos iguais. Como posso identificá-los? Devo escrever em suas testas? É um verdadeiro zoológico!'. Essa declaração expõe não apenas a exaustão emocional da equipe médica, mas também o crescente número de feridos, com ela mencionando a chegada de centenas deles em questão de dias.

Ela também expressa uma atitude de hostilidade em relação aos soldados norte-coreanos, afirmando que se eles solicitarem anestesia, pretende recusar: 'Vão para o inferno! Não consigo entender o que eles falam'. A enfermeira relata ainda que o hospital não se permite a comunicação em inglês, dado que os soldados são considerados 'do Norte' e uma barreira linguística complica ainda mais a situação.

É importante ressaltar que a criação de enfermarias dedicadas exclusivamente aos soldados norte-coreanos tem gerado revolta entre os trabalhadores da saúde, que se sentem desvalorizados. 'Estes coreanos são a elite ou o quê? Estamos criando estruturas especiais para eles, como se fossem privilegiados', desabafa a enfermeira, evidenciando um clima de insatisfação dentro do sistema de saúde russo.

Além disso, de acordo com informações de um oficial norte-americano, as tropas da Ucrânia têm conseguido infligir perdas severas às forças norte-coreanas aliadas da Rússia, com centenas de baixas registadas. Kyrylo Budanov, chefe da Direção de Informações de Defesa da Ucrânia (HUR), afirmou que, na semana passada, as tropas norte-coreanas enfrentaram grandes dificuldades em ataques na região de Kursk, necessitando de reforços significativos após pesadas perdas.

Atualmente, estima-se que cerca de 12.000 soldados norte-coreanos estejam destacados na Rússia, incluindo 500 oficiais, entre eles três generais. Isso levanta questões sobre a real capacidade de combate das forças norte-coreanas, com membros do exército ucraniano relatando que, apesar de serem disciplinados, eles demonstram fragilidades emocionais diante do elevado número de mortes.

Essas revelações chocantes não apenas ressaltam a deterioração das condições dos soldados em conflitantes, mas também evidenciam uma guerra que vai além do campo de batalha e adentra as questões éticas e humanas que cercam os conflitos bélicos.