Festival de Veneza se torna palco de protestos

Nesta quinta-feira, o prestigiado Festival de Cinema de Veneza foi agitado por manifestações contra as ações do governo israelense em Gaza. O renomado diretor grego Yorgos Lanthimos destacou sua posição ao usar um broche com as cores da bandeira palestina durante a coletiva de imprensa para seu novo filme, "Bugonia".

Clamor por justiça: O coletivo Venice4Palestine

No início do evento, um grupo independente de cineastas italianos, conhecido como 'Venice4Palestine' (V4P), lançou um apelo poderoso denunciando a guerra na Faixa de Gaza, que foi marcada pelo ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. O coletivo enfatizou a necessidade de que o festival não se torne "uma tribuna triste e vazia".

Apoio de grandes nomes do cinema

A carta aberta do V4P, que contou com 2.000 assinaturas, recebeu a adesão de ícones do cinema internacional, como Guillermo del Toro e Michael Moore. Fabiomassimo Lozzi, cofundador do coletivo, afirmou: "O objetivo era colocar Gaza e a Palestina no centro da atenção pública em Veneza, e conseguimos isso".

A resposta do festival

O diretor da Mostra, Alberto Barbera, comentou na abertura do festival que, apesar da Bienal não adotar posições políticas diretas, ele se disse sensível à situação trágica em Gaza, apontando para a complexidade que envolve o cenário.

Filme impactante destaca a realidade em Gaza

Na próxima quarta-feira, o festival exibirá "The Voice of Hind Rajab", uma produção da diretora franco-tunisiana Kaouther Ben Hania. O longa narra a história real de uma menina palestina, Hind Rajab, que foi assassinada em janeiro de 2024 junto com seis membros de sua família enquanto tentavam escapar da Cidade de Gaza. A gravação da ligação em que Hind pedia ajuda, utilizada no filme, gerou uma onda de comoção global após sua divulgação.