Saúde

“Vou morrer”: mulher em coma após tomar ‘soro da imunidade’

2025-09-05

Autor: Fernanda

A Trágica História de Perinalva Dias da Silva

Na busca desesperada por mais disposição, a empresária baiana Perinalva Dias da Silva, de 60 anos, colocou sua vida em risco ao optar por um tratamento não reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Ela decidiu seguir a recomendação de um médico que lhe sugeriu o famoso ‘soro da imunidade’, uma infusão intravenosa de vitaminas e minerais que promete revitalizar o corpo em poucas semanas.

Efeito Devastador

Mas ao invés de recuperação, Perinalva enfrentou um pesadelo. Após 28 dias em coma, ela sofria de falência renal e hepática, resultando em sete meses de internação na UTI de um hospital em Brumado, na Bahia.

‘Minha vida acabou. Tomem cuidado para não serem a próxima vítima’, desabafa Perinalva, em uma entrevista impactante ao Metrópoles.

Sinais de Alerta Ignorados

O protocolo indicado pelo médico incluía 12 doses do soro, administradas a cada oito dias. Porém, logo após a primeira aplicação, Perinalva começou a sentir sinais preocupantes: falta de apetite, inchaço e uma coloração amarelada na pele. Mesmo assim, foi orientada a ignorar os sintomas.

Crise e Diagnóstico Médico

Os sintomas apenas se agravaram com o tempo. Depois da segunda dose, a empresária experimentou dores abdominais, febre intensa e uma mudança drástica na cor da urina, que se assemelhava a ‘Coca-Cola’. Mas, mesmo com tantas evidências, o médico insistiu que tudo era normal.

Naquela noite fatídica, Perinalva caiu da cama e, em desespero, disse ao filho: ‘Vou morrer’. O diagnóstico no pronto-socorro foi devastador: hipervitaminose.

Urgência e Sobrevivência

Ela recebeu transfusões de sangue imediatamente e correu o risco de não sobreviver. Os médicos previram menos de 40 minutos de vida se não fosse transferida urgentemente para Salvador. Após um tenso voo de táxi aéreo, Perinalva passou 28 dias em coma, seguido por uma longa recuperação na UTI.

Cuidado com Suplementos

A endocrinologista Érika Fernanda de Faria alerta que tanto a falta quanto o excesso de vitaminas podem ser prejudiciais. Grandes quantidades de vitamina D, por exemplo, podem provocararem problemas graves, como insuficiência renal e arritmias cardíacas.

Suplementação deve ser sempre acompanhada por especialistas, e preferencialmente realizada via oral, a injeção deve ser uma exceção.

Novos Desafios e Reabilitação

Após meses de tratamento, Perinalva tenta se reerguer, passando por fisioterapia para aprender a andar novamente. Hoje, depende de medicamentos para controlar sua pressão arterial e prevenir doenças cardiovasculares.

No entanto, a vida dela nunca mais será a mesma. Desde que recebeu alta em 25 de março deste ano, ela ainda enfrenta sérias dificuldades para retomar a rotina e o trabalho.