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Protesto anti-Israel interrompe evento de apoio de Bill Clinton a Kamala Harris

2024-10-29

Autor: Matheus

Um protesto anti-Israel tumultuou um evento do ex-presidente Bill Clinton em apoio à candidata Kamala Harris na terça-feira (29). O incidente revela os riscos que a crescente tensão no Oriente Médio pode representar para a candidatura democrata.

O evento, que atraiu muitos apoiadores nostálgicos da era Clinton (1993-2001), foi interrompido por uma estudante da Universidade de Pittsburgh, que portava um keffiyeh, símbolo da Palestina. Durante a fala de Clinton, a aluna, identificada apenas como Faith, questionou: "Por que vocês continuam enviando armas a Israel?", provocando uma discussão acalorada sobre a situação em Gaza.

Faith destacou o impacto devastador do conflito, mencionando as inúmeras mortes de crianças em Gaza devido aos bombardeios israelenses. Clinton, após a interrupção, se comprometeu a abordar a questão e mais tarde, reconhecendo a validade das preocupações da estudante, fez um comentário confuso: "Meu aparelho auditivo não está funcionando muito bem, acho que concordo com o que ouvi."

O ex-presidente também fez um histórico sobre suas tentativas de promover a paz entre Israel e a Palestina durante seu mandato, criticando a administração atual de Binyamin Netanyahu. Ele alertou que defender incondicionalmente o governo de Israel pode agravar ainda mais a situação.

Após o protesto, a amiga de Faith, Bethany, estudante de ciência política, revelou que a intenção delas era chamar a atenção para a posição americana no conflito em Gaza, que se distoa do apoio tradicional dos democratas a Israel. A tensão gerada pela guerra em Gaza pode resultar na perda de votos da Kamala Harris entre os jovens e o eleitorado árabe-americano.

É importante notar que as universidades nos EUA têm se tornado um foco de agitação estudantil contra o conflito em Gaza. Apesar do descontentamento, Bethany afirmou que ainda pretende votar em Kamala, argumentando que "Trump é ainda mais alinhado ao governo Netanyahu".

Curiosamente, Faith anunciou ter votado antecipadamente na candidata do Partido Verde, Jill Stein, reforçando a ideia de que a guerra em Gaza está dividindo o eleitorado democrata, gerando preocupações entre os líderes do partido. A possibilidade de que eleitores se desiludam com a posição dos democratas e considerem votar em Stein ou optem por ficar em casa nas eleições pode ter um grande impacto, especialmente em estados cruciais como Pensilvânia e Michigan, onde pequenos números de votos podem decidir o resultado.

Essa situação evidencia não apenas a polarização política nos EUA, mas também o papel crescente das questões internacionais nas campanhas eleitorais, o que pode ter repercussões significativas nas próximas votações.