Os bancos brasileiros estão prestes a apresentar seus resultados do terceiro trimestre de 2024, começando pelo Santander Brasil (SANB11) na próxima terça-feira (29), antes do mercado abrir. A XP Investimentos está otimista quanto ao desempenho, prevendo que os principais bancos, como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander, devem apresentar resultados melhores, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) pode não brilhar tanto nesta temporada.

No cenário atual, as carteiras de crédito continuam a crescer dentro das expectativas, levando a melhores margens financeiras. Entretanto, a XP alerta que as margens podem apresentar volatilidade devido ao aumento das taxas de juros, que está gerando incerteza. Apesar disso, a qualidade do crédito deve se manter estável, com as taxas de inadimplência (NPLs) controladas, exceto no setor do Agronegócio, que pode enfrentar alguns desafios.

De acordo com o Itaú BBA, os bancos que têm foco em varejo devem se destacar, impulsionados por um ambiente econômico favorável, que inclui inflação controlada e baixo índice de desemprego. O JPMorgan também observa que os investidores estão focando suas atenções em bancos seletores que estão recompondo margens, prevendo resultados promissores para Itaú e Bradesco em comparação ao Banco do Brasil.

Para o Itaú, o consenso do mercado é de que o banco deve apresentar resultados robustos, com uma expectativa de lucro líquido de R$ 10,4 bilhões, representando um crescimento de 14,6% em relação ao ano anterior. A carteira de crédito deve se expandir, especialmente na segmentação de pessoas físicas, o que deve levar a um aumento na receita de intermediação financeira. Além disso, o Itaú pode ser beneficiado pela reversão das provisões ligadas ao caso Americanas, estimando um ganho de R$ 450 milhões neste trimestre.

No caso do Bradesco, a expectativa é de uma recuperação gradual da lucratividade, com previsão de lucro líquido de R$ 5,3 bilhões, embora o banco mantenha uma postura conservadora em relação ao crescimento de sua carteira de crédito para garantir a qualidade dos ativos. A análise sugere que o Bradesco deve evitar um crescimento agressivo e priorizar a rentabilidade à medida que as despesas com provisões permanecem controladas.

No Santander, as previsões indicam que o banco também deve ter um trimestre positivo, com lucro estimado em R$ 3,49 bilhões. A performance deve ser sustentada pelo crescimento da carteira de crédito voltada para pessoas físicas e PMEs, apesar de um cenário mais desafiador no segmento de grandes empresas.

No entanto, o Banco do Brasil pode enfrentar dificuldades, com uma previsão de lucro líquido de aproximadamente R$ 9,5 bilhões. A pressão sobre o setor rural e o aumento das provisões podem impactar negativamente seus resultados, apesar da elevação prevista na Margem Financeira devido ao aumento das taxas de juros. Os analistas projetam que os NPLs do Banco do Brasil possam aumentar, resultando em um cenário cauteloso de resultados nesta temporada.

Olhando para o futuro, a movimentação no setor bancário promete seguir intensa, refletindo tanto as incertezas do ambiente econômico quanto as estratégias diferenciadas de cada instituição. As expectativas são altas e os investidores devem ficar atentos aos resultados que serão revelados nos próximos dias.