Prio Adquire 40% do Campo Peregrino por US$ 1,9 Bilhão e Impulsiona Produção em 40%!
2024-09-27
Autor: Gabriel
A Prio anunciou uma transação significativa ao adquirir 40% do campo de Peregrino, em um investimento de US$ 1,91 bilhão, anteriormente pertencente à Sinochem da China.
Essa aquisição promete aumentar a produção diária da Prio em impressionantes 40%, adicionando 36 mil barris por dia à produção atual de 85 mil barris. As reservas da empresa também crescem, com um aumento de 20% nas reservas 1P, passando de 600 milhões para 735 milhões de barris, enquanto o campo de Peregrino é estimado para ser abandonado em torno de 2040.
A Equinor, que detém os restantes 60% do campo, tem um prazo de 30 dias para exercer seu direito de preferência, mas a Prio considera essa possibilidade improvável.
Roberto Monteiro, CEO da Prio, destacou a sinergia na comercialização dos barris, mencionando que atualmente os barris de Peregrino são vendidos em lotes de 650 mil, o que gera ociosidade. Com a nova aquisição, a Prio planeja otimizar a carga dos navios, reduzindo os custos de transporte diários e melhorando a eficiência operacional.
Além disso, a expectativa é que esta otimização gere uma economia significativa nos custos de frete, com o barril sendo vendido a um desconto de US$ 12 a US$ 10,5 em relação ao Brent, que atualmente está em alta no mercado internacional.
Embora a Prio não seja a operadora do campo Peregrino, essa transação ainda oferece a chance de melhorar suas operações ao ter direito de igualar qualquer oferta que a Equinor possa receber por sua participação no futuro.
Um ponto intrigante é que, apesar de o valor total da transação ser de US$ 1,91 bilhão, a Prio não precisará desembolsar todo esse montante imediatamente. A chamada "data efetiva" é em 1º de janeiro deste ano, permitindo que a empresa ajuste o preço final em razão da geração de caixa que a Sinochem recebeu do ativo, estimada entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões.
Isso reduz o valor final a ser pago para entre US$ 1,6 bilhão e US$ 1,7 bilhão, deixando o múltiplo da transação em torno de US$ 14 por barril, um pouco acima da média de US$ 11 da Prio na bolsa.
Vale mencionar que a Prio está adquirindo uma subsidiária da Sinochem que opera o campo, a qual possui um prejuízo acumulado de US$ 650 milhões. Esse aspecto pode proporcionar uma vantagem fiscal significativa, pois a companhia poderá usar esse déficit para diminuir sua base tributária nos próximos anos.
O CEO da Prio previu uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 20% para o projeto, que, apesar de aumentar a alavancagem da empresa de 0,4x para 1,2x o EBITDA, deverá retornar a níveis próximos de zero no ano seguinte, graças à forte geração de caixa prevista.
Para financiar essa transação, a Prio estabeleceu linhas de crédito superiores a US$ 1 bilhão com instituições renomadas como BTG, Citi, Santander e Itaú, com planos de refinanciar esses empréstimos assim que as condições de mercado permitirem.
Outras empresas notáveis também participaram do processo de venda de Peregrino, incluindo Brava, Karoon e a estatal do Kuwait, KUFPEC, além da norueguesa BW Energy e do private equity Fifth Oceans Group. Com essa aquisição estratégica, a Prio se solidifica como um dos principais players no setor petrolífero brasileiro!