Na última terça-feira (5), o governo iraniano divulgou um comunicado informando que a estudante Ahou Daryaei, detida após se despir parcialmente durante um protesto, está recebendo tratamento médico. Segundo as autoridades, a jovem, de 30 anos, "sofre de problemas psicológicos".

Fatemeh Mohajerani, porta-voz do governo, afirmou que não há processos judiciais abertos contra Daryaei, uma vez que a situação é considerada um problema social e não de segurança. Essa declaração veio após intensas críticas da comunidade internacional sobre a detenção da estudante.

Acusações de distúrbios mentais têm sido utilizadas pelo Irã como justificativa para o comportamento de várias mulheres que, desde os protestos de 2022, têm aparecido em público sem o hijab — o véu islâmico obrigatório no país. Essa situação reflete um movimento crescente de resistência contra as restrições impostas às mulheres no Irã, levando a uma onda de protestos que ganhou apoio global.

Ahou Daryaei foi presa no dia 2 de novembro, após uma agressão por parte de um segurança por supostamente não usar o hijab de maneira adequada, durante um ato na Universidade Islâmica Azad em Teerã. Imagens impactantes que circularam nas redes sociais mostram a estudante sendo detida de forma violenta por policiais à paisana, destacando a brutalidade com que os manifestantes têm sido tratados.

A situação de Daryaei não é um caso isolado. Muitas mulheres no Irã estão se unindo em protesto contra a opressão, buscando não apenas liberdade de expressão, mas também igualdade de direitos. A comunidade internacional continua a monitorar a situação, exigindo justiça e respeito aos direitos humanos no país.