Preços do Boi Gordo Atingem Níveis Históricos, Prepare-se para o Aumento na Carne!
2024-11-09
Autor: Maria
A arroba do boi gordo atingiu a impressionante marca de R$ 326,30 nesta semana, o maior preço desde maio de 2022. Esse cenário trará um impacto direto na mesa do brasileiro, que já enfrenta a maior alta mensal no custo da carne em quatro anos. E, se você pensa que a crise já chegou, prepare-se: a tendência é que esses preços continuem a subir até o final do ano!
Os dados recentes revelam que a inflação oficial de outubro, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE, indicou uma alta dos cortes de carne de 5,81%, adicionando 0,14 ponto percentual ao índice geral. Ligado a isso, é o segundo mês consecutivo de aumento, registrando o maior percentual desde novembro de 2020.
Os cortes que mais encareceram incluem o acém, com um aumento de 9,09%, seguido pela costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Isso está fazendo com que os brasileiros repensem o que e quanto gastar na hora de fazer suas compras de carne.
Especialistas, como Thiago Bernardino de Carvalho do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), atribuem essa alta a uma combinação de fatores: a seca severa, a alta demanda interna e o aumento das exportações. "A seca foi mais intensa este ano, e queimadas agravaram a situação", explica Carvalho.
Entre abril e setembro, a fase de entressafra, caracterizada pela falta de chuvas, dificultou a produção de pastagens, que são essenciais para a alimentação do gado. Essa situação foi exacerbada pela seca extrema, resultando em uma escassez significativa de pasto. O cenário ainda se complica com um ciclo de queda nos preços que persistiu desde 2023, levando muitos pecuaristas a não investirem em suplementação e confinamento do gado.
Em média, um boi ganha apenas 900 gramas por dia na pastagem, contra mais de 2 kg diariamente em confinamento. A falta de investimento em confinamento resulta agora em uma disponibilidade reduzida de bois prontos para o abate, particularmente até dezembro, o que oferece um panorama preocupante para o próximo mês.
Do lado da demanda, fatores internos e externos trazem um panorama duplo: a taxa de câmbio a R$ 5,70 e um volume significativo de exportações, com a China comprando recordes de carne brasileira, aumentando suas importações em impressionantes 30%. No mercado interno, a renda dos brasileiros está em alta, com a taxa de desemprego diminuindo, dando um novo fôlego ao consumo, principalmente com o 13º salário se aproximando no final do ano.
A expectativa, segundo Carvalho, é que os preços da carne continuem a subir até dezembro. Com a escalada reduzida em frigoríficos, dificuldades na captura de bois e a pressão das vendas externas e no varejo, o arrefecimento de preços parece ser uma miragem. Enquanto isso, o consumidor deve se preparar para enfrentar um final de ano com carnes mais caras, o que representa um desafio significativo, especialmente para as famílias que dependem dessa proteína básica em suas dietas. Fique atento e planeje suas compras!