A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar o caso de um policial civil que ameaçou a jornalista Natuza Nery em um supermercado localizado na região de Pinheiros, na noite da última segunda-feira (30 de dezembro de 2024). As autoridades também instauraram uma investigação administrativa que pode culminar na expulsão do agente, cujo nome ainda não foi divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Conforme relatos de testemunhas ouvidas pelo jornal Folha de S.Paulo, o policial se aproximou de Nery e questionou se ela era a correspondente da GloboNews. Ele teria afirmado que tanto a jornalista quanto a emissora seriam responsáveis pela atual crise enfrentada pelo país, acrescentando que indivíduos como ela “merecem ser aniquilados”.

O episódio se agravou quando o policial, ainda xingando a jornalista, foi interpelado por uma mulher que o acompanhava, que tentou interromper os insultos, enfatizando que Nery estava apenas cumprindo seu papel profissional como repórter.

Natuza Nery, alarmada, acionou a Polícia Militar através do número 190. Os policiais chegaram ao local e, em um primeiro momento, o caso foi registrado no 14º Distrito Policial. No entanto, com a identificação do suspeito como policial civil, a Corregedoria da Polícia assumiu a investigação.

Embora a jornalista ainda não tenha feito nenhuma declaração pública sobre o ocorrido, a SSP, em nota enviada ao Poder360, confirmou que diligências já estão sendo realizadas no supermercado para coletar imagens de câmeras de segurança e ouvir outras testemunhas que possam ajudar a elucidar o caso. Este incidente levanta preocupações sobre a segurança e a liberdade de imprensa, especialmente em um contexto em que jornalistas enfrentam crescente hostilidade e ameaças relacionadas ao seu trabalho.

"A Polícia Civil de São Paulo instaurou inquérito para apurar a acusação de ameaça contra a jornalista Natuza Nery por parte de um policial civil, na noite desta segunda-feira (30), em um supermercado da capital paulista. A vítima acionou a Polícia Militar e ambos foram levados ao 14º DP para registrar a ocorrência. A corregedoria, assim que tomou conhecimento dos fatos, dirigiu-se à delegacia e assumiu a investigação, realizando diligências no local em busca de gravações do ocorrido e eventuais testemunhas. Uma investigação administrativa também foi aberta contra o policial, podendo resultar em seu afastamento da corporação. Este episódio não apenas destaca a necessidade de proteção a jornalistas, mas também reforça o debate sobre a responsabilidade de agentes públicos em suas condutas pessoais, especialmente em situação de conflito.”