Juliana, a jovem que foi baleada durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), está apresentando uma evolução notável em sua recuperação. Segundo comunicado do hospital, ela agora respira sem o auxílio de aparelhos e vem mostrando progressos significativos nas condições neurológicas. "Ela demonstrou abertura ocular espontânea, boa interação com o ambiente e com as pessoas, e está seguindo comandos, mobilizando os quatro membros com sensibilidade preservada", informa a nota.

Ainda de acordo com os médicos do Hospital Municipal Alvaro Ribeiro de Niterói (HMAPN), Juliana está progredindo em relação ao nível de consciência, sem novos déficits, e recuperando inicialmente suas funções motoras e cognitivas, sem sinais de sequelas permanentes e irreversíveis. Ela permanece sob cuidados intensivos, com acompanhamento da equipe de neurocirurgia e ajuda de profissionais de diversas áreas.

O incidente que quase levou à tragédia ocorreu na noite de 24 de dezembro, enquanto Juliana estava no banco de trás do carro da família a caminho de Niterói, onde planejavam passar o Natal com parentes. O pai, Alexandre da Silva Rangel, dirigia, e a mãe, Dayse Rangel, estava no banco do carona com o cachorro de estimação. Durante a abordagem, o pai também foi ferido na mão esquerda, mas não precisou ser internado.

Alexandre relatou ao programa "Fantástico" que, ao avistar um veículo que parecia ser uma ambulância, permitiu a passagem, mas foi surpreendido por disparos. "Eu estava a 90 km/h, e quando olhei pelo retrovisor, vi aquilo e pensei que era uma ambulância. Quando o carro se aproximou, começaram a atirar sem parar", contou. A família sofreu cinco disparos ao total.

A Polícia Federal (PF) já abriu um inquérito para investigar a abordagem da PRF e ouviu os agentes envolvidos no caso, além de apreender as armas utilizadas. A defesa dos policiais ressaltou que são servidores respeitáveis e sem antecedentes de processos administrativos. O advogado Luiz Gustavo Faria declarou que algumas informações veiculadas podem não refletir com precisão os eventos.

Esse episódio levanta questionamentos sobre a conduta da polícia em operações de abordagem e os protocolos que devem ser seguidos para garantir a segurança de todos os envolvidos. A comunidade segue atenta ao desdobramento deste caso, que involuntariamente se tornou um símbolo da luta por justiça e transparência nas ações policiais.