Nação

Polêmica sobre o fim da jornada 6x1: Cleitinho e Nikolas em lados opostos

2024-11-11

Autor: Gabriel

A proposta para acabar com a jornada de trabalho de seis dias seguidos por um dia de descanso gerou grande repercussão nas redes sociais neste domingo (10). O tema se tornou um dos mais debatidos na plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter.

O que é a proposta?

A extinção da jornada 6x1 está inserida em uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) na Câmara dos Deputados. Para que a PEC avance, ela necessita do apoio de 171 parlamentares, e até o momento, a deputada já acumulou cerca de 85 assinaturas.

Erika Hilton argumenta que “a jornada 6x1 retira do trabalhador direitos essenciais, como o tempo para estar com a família, cuidar de si mesmo, se divertir, buscar outra colocação no mercado ou se qualificar para um emprego melhor. Essa escala é uma prisão e fere a dignidade do trabalhador”.

Além disso, a proposta conta com o apoio do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ). Até a manhã de hoje (11), o movimento já somava 1,3 milhão de assinaturas em uma petição online em favor da PEC, demonstrando um forte apoio popular.

De acordo com a Constituição e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a jornada de trabalho não pode ultrapassar oito horas diárias e 44 horas semanais. Há a possibilidade de compensação de horas e redução da jornada, desde que haja um acordo ou convenção coletiva.

Divergências entre representantes

Entretanto, a proposta de mudança enfrenta divisões entre parlamentares mineiros. O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) se manifestou favoravelmente à proposta, enquanto o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) se mostrou contrário. Nikolas tem enfrentado críticas em suas redes sociais por não apoiar a proposta que altera a jornada de trabalho no Brasil. A equipe de reportagem tentou entrar em contato com ele, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

Cleitinho, por outro lado, utilizou suas plataformas digitais para destacar como a jornada de 6x1 é desigual quando comparada à carga horária dos parlamentares. “Seja de esquerda ou de direita, o foco aqui é a condição do trabalhador. Enquanto o trabalhador, tirando férias de 30 dias, atua por 264 dias e descansa apenas 101, o político conta com uma escala de 3x4, o que resulta em 214 dias de folga anuais”, comparou o senador.

O que a população pensa?

A discussão sobre a jornada de trabalho ressoa profundamente entre os cidadãos. Muitas pessoas expressam apoio à proposta, argumentando que a redução da carga horária é essencial para a melhoria da qualidade de vida e para um trabalho mais digno. Entretanto, outros temem que a mudança possa resultar em menos oportunidades de emprego em setores que já enfrentam dificuldades.

Com a discussão ganhando força nas redes, fica a pergunta: será que o Brasil finalmente ouvirá a voz do povo e repensará a jornada de trabalho?