Saúde

Polêmica nas Redes: Médico do CFM Defende Estudo Sobre Mortes e Vacinas em Live Controverso!

2025-01-20

Autor: Gabriel

Na última quarta-feira (15), o médico Francisco Eduardo Cardoso Alves, conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM) pelo estado de São Paulo, fomentou um debate quente durante uma palestra online, onde evidenciou um estudo polêmico que relaciona a vacina contra a Covid-19 com mortes supostamente causadas pelo imunizante.

O estudo, nomeado "Avaliação do risco de mortalidade pós-Covid em casos classificados como síndrome respiratória aguda grave no Brasil: um estudo longitudinal de médio e longo prazo", gerou repercussão entre grupos anti-vacina e imediatamente chamou a atenção da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Ministério da Saúde, que contestaram suas conclusões. Neste cenário de desconfiança, o estudo foi divulgado em um periódico científico internacional e, segundo suas autoras, mostrou que vacinados teriam entre 69% e 94% mais chances de morte um ano após a imunização em comparação aos não vacinados, embora detalhes sobre essa relação tenham faltado.

Apesar da controvérsia e dos erros metodológicos apontados por especialistas, Cardoso realizou uma live com aproximadamente 150 participantes, cobrando R$ 17 para acesso, onde sustentou suas afirmações. Ele afirmou: "Ninguém teve aumento de mortalidade por tétano depois de tomar a vacina de tétano. Quem tomou em 2021 corre risco [de morte]? Corre risco."

O médico, que já havia defendido a ivermectina durante uma CPI no Senado em 2021, argumentou que a resistência da comunidade científica em aceitar as suas conclusões se deve a "questões políticas e ideológicas". O cenário se complica ainda mais quando especialistas contrariam suas declarações. O infectologista Julio Croda, por exemplo, apontou que a metodologia utilizada não considerou fatores como comorbidades e idade, crucial para uma análise acurada.

O estudo foi alvo de críticas severas, especialmente da Fiocruz, que destacou que a pesquisa se limitou a analisar um grupo restrito de 5.000 mortes entre mais de 700 mil mortes registradas pela Covid-19 no Brasil e não forneceu uma visão ampla. Neste contexto, o Ministério da Saúde alertou que a pesquisa revela que quem recebeu apenas uma dose da vacina tem maior risco de morte do que aqueles que completaram o esquema vacinal, enfatizando a importância da vacinação completa na redução de óbitos.

O clima de insegurança em relação às vacinas continua a ser alimentado pelo discurso de Cardoso, que fez menção ainda a problemas de saúde como psoríase e epilepsia, associando-os aos imunizantes, embora especialistas afirmem que não há evidências que sustentem essa afirmação.

Esse episódio se insere no contexto mais amplo de debates acalorados sobre vacinas e Covid-19, onde desinformação e teorias conspiratórias continuam a prosperar nas redes sociais. Muitos especialistas pedem cautela e rigor científico para combater informações errôneas, reiterando a segurança e eficácia das vacinas como fundamentais na luta contra doenças infecciosas.