
Pirâmides do Egito: Mistério Antigo que Ganhou Nova Luz com Eclipses Celestiais
2025-03-30
Autor: Fernanda
Uma nova hipótese intrigante sugere que um eclipse solar total, ocorrido em 1º de abril de 2471 a.C., pode ter simbolizado o fim da era das grandes pirâmides e provocado um profundo impacto cultural no Antigo Egito.
Segundo o arqueoastrônomo Giulio Magli, professor do Politecnico di Milano, esse eclipse teria mergulhado o Delta do Nilo em escuridão durante o dia, transformando o sol em um disco negro. Magli destaca que o evento, que afetou diretamente a antiga capital e regiões como Gizé, foi possivelmente encarado como um poderoso presságio.
O culto solar no Antigo Egito era central durante a Quarta Dinastia, e faraós como Quéops, Quéfren e Miquerinos, responsáveis pelas icônicas pirâmides, direcionavam seus túmulos para Heliopolis, o núcleo do culto ao deus Rá. O breve reinado de Seberquerés, último faraó dessa dinastia, quebrou com essa tradição, optando por um túmulo em estilo que se assemelhava aos antigos santuários de Buto e não direcionando sua sepultura a Heliopolis.
Magli acredita que essa mudança abrupta pode ter sido influenciada pelo eclipse de 2471 a.C., que foi interpretado como um mau presságio, trazendo consigo uma crise simbólica que levou Seberquerés a rejeitar o culto solar tradicional. Embora os registros egípcios não mencionem explicitamente o eclipse, inscrições que falam de “trevas durante o dia” indicam que os antigos egípcios frequentemente viam eventos celestiais raros como mensagens divinas.
Além disso, especialistas em astronomia têm explorado eventos astronômicos para entender melhor suas implicações culturais. Em contraste, um eclipse em 1338 a.C., durante o reinado de Aquenáton, não resultou em uma mudança para a velha tradição, pois o faraó estabeleceu o monoteísmo solar, mostrando a variabilidade na interpretação de tais fenômenos.
Novas análises de eclipses antigos indicam que eventos celestiais podem ter exercido influência significativa em decisões políticas e religiosas. Essa pesquisa nos proporciona uma perspectiva renovada sobre como um único evento cósmico pode dar início a uma mudança cultural profunda no Antigo Egito, reafirmando que o céu não é apenas um pano de fundo, mas um ativo participante na história da civilização.