Nação

PF Aponta 'Falhas Evidentes' do Governo do DF na Prevenção aos Atos de 8 de Janeiro

2024-10-29

Autor: Ana

A Polícia Federal (PF) revelou um relatório contundente que aponta diversas falhas no governo do Distrito Federal (GDF), destacando a omissão do comando da Polícia Militar local, das Forças Armadas e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O documento afirma que essas instituições não agiram de acordo com suas responsabilidades e permitiram que a manifestação na Esplanada dos Ministérios se transformasse em invasões e depredações dos prédios públicos.

Nesse contexto, a investigação da PF tem como foco os crimes de omissão imprópria, que ocorrem quando autoridades não agem para evitar situações críticas. O relatório deixa claro que a Secretaria de Segurança Pública do DF falhou em coordenar ações que poderiam prevenir os atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023.

Além disso, a defesa do ex-secretário de Segurança, Anderson Gustavo Torres, argumenta que ele não teve acesso ao relatório final e contesta a descrição da sua ausência como 'inesperada'. Segundo eles, Torres estava de férias programadas, com passagens compradas em novembro de 2022 para toda a família, em um momento no qual não havia expectativa de manifestações após a posse do novo presidente.

A defesa também destacou que Torres tomou precauções, criando um Protocolo de Ações Integradas antes de suas férias, como reação às informações sobre possíveis manifestações. O advogado Eumar Novacki argumentou que, se o protocolo tivesse sido corretamente implementado, os atos do dia fatídico poderiam ter sido evitados.

O governador Ibaneis Rocha ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto. A falta de resposta por parte dele levanta questões sobre a responsabilidade do governo nas falhas apontadas no relatório da PF.

Ao considerar essas informações, fica evidente que a atuação da Secretaria de Segurança Pública do DF foi insuficiente para lidar com os eventos de 08 de janeiro. A ausência de uma liderança sólida e a falta de informações cruciais comprometeram não apenas a prevenção, mas também a eficácia da resposta das forças de segurança, levando a uma escalada de violência que poderia ter sido contida.

Por fim, a PF conclui que a combinação de omissões, falta de articulação entre os órgãos e a ineficiência nas comunicações foram fatores decisivos para o colapso na resposta contra os atos violentos, revelando não apenas um despreparo, mas uma grave falha institucional que não pode ser ignorada.