Embora atualmente não haja anéis em torno de nenhuma das luas do Sistema Solar, uma nova pesquisa aponta que, se anéis se formassem, eles poderiam permanecer estáveis por até 1 milhão de anos. Intrigantemente, nossa Lua está entre os satélites naturais que teriam potencial para sustentar anéis semelhantes aos de Saturno.

O astrofísico Mario Sucerquia, da Universidade Grenoble Alpes, na França, coautora do estudo sobre a estabilidade de anéis ao redor das luas, analisou as influências gravitacionais exercidas por planetas vizinhos e outras luas. Um estudo anterior, publicado na Royal Astronomical Society em 2022, já havia sugerido que luas isoladas poderiam manter anéis, mas deixava de lado fatores externos importantes.

A intrigante ausência de anéis ao redor das luas continua a ser um mistério que fascina cientistas até hoje. Teoricamente, anéis podem se formar a partir de detritos resultantes de colisões ou erupções criovolcânicas que orbitam um corpo celeste. Embora várias luas tenham passado por impactos significativos e possuam características criovolcânicas, nenhuma delas é conhecida por ter anéis atualmente, o que deixa os pesquisadores perplexos.

O novo estudo, liderado por Sucerquia e publicado na Astronomy and Astrophysics em 2024, simulou cinco sistemas de luas com anéis por até um milhão de anos. As simulações consideraram as forças gravitacionais e o movimento caótico das partículas para avaliar a viabilidade da formação e manutenção de anéis.

Surpreendentemente, os resultados indicaram que a maioria das luas poderia suportar anéis estáveis, incluindo a nossa Lua, que apresentou uma impressionante chance de 95% de possibilidade de manter um sistema de anéis. A lua Iapetus, de Júpiter, também apresentou resultados notáveis, sugerindo que muitas luas possuem potencial semelhante.

Esses ambientes gravitacionais que inicialmente pareciam hostis na verdade conferiram beleza aos anéis, criando estruturas intrigantes como lacunas e ondas, semelhantes às encontradas nos anéis de Saturno. Sucerquia destaca que essas características desafiam a noção de que forças gravitacionais deveriam, rapidamente, destruir esses anéis.

Além disso, a pesquisa sugere que fatores não gravitacionais – como radiação solar e partículas provenientes dos campos magnéticos dos planetas – podem ser os responsáveis pela gradual destruição de anéis ao longo do tempo. Essa poderia ser uma explicação plausível para a ausência atual de anéis em luas.

Com as novas descobertas, os cientistas ficam mais próximos de desvendar esse mistério fascinante. Afinal, será que algum dia poderemos observar anéis ao redor de nossa própria Lua? Fique atento, pois o universo ainda tem muitos segredos a revelar!