Recentemente, Raissa, participante do 'BBB 25', passou por um susto ao ter uma crise alérgica após consumir camarão. Entre os sintomas, ela apresentou tosse e dificuldades respiratórias, sendo rapidamente medicada e liberada pela equipe médica, retornando ao confinamento sem complicações. Mas, o que levaria tantas pessoas a terem reações adversas ao camarão e outros frutos do mar?

A explicação reside no fato de que esses alimentos são classificados em dois grupos principais: os crustáceos (como camarões, caranguejos e lagostas) e os moluscos (incluindo lulas, polvos e ostras). Ambos contêm substâncias alergênicas que variam entre os grupos. A tropomiosina, uma proteína resistente ao calor e à acidez, é a mais comum e é encontrada nos músculos desses animais, sendo a responsável por reações alérgicas graves em muitos casos.

Uma curiosidade alarmante é que a tropomiosina pode até ser liberada no ar através do vapor, representando um risco potencial para indivíduos alérgicos mesmo antes de tocarem no alimento. Além disso, pesquisas mostram que a mesma proteína pode ser encontrada em ácaros e baratas, sugerindo que aqueles que sofrem de rinite ou asma podem ser mais suscetíveis a desenvolver alergias alimentares.

Outras substâncias também podem causar alergias, incluindo quinase, arginina e miosina. É importante notar que se a alergia se restringir a um único elemento, é possível que a pessoa possa consumir outros frutos do mar sem problemas. Assim, a consulta com um alergologista é essencial para determinar quais alimentos são seguros para consumo.

Surpreendentemente, algumas reações alérgicas ao camarão podem não estar relacionadas apenas ao próprio alimento, mas a aditivos como o metabissulfito de sódio, que é frequentemente utilizado como conservante. Esse composto, embora não esteja presente no camarão em si, pode ser aplicado em sua conservação, levando a reações indesejadas em alérgicos.

Os sintomas de alergia alimentar variam em intensidade e podem incluir vermelhidão, coceira, inchaço, dor abdominal, vômito, diarreia, palidez, tontura, desmaio e até choque anafilático em casos mais graves. Diante de uma reação alérgica, recomenda-se o uso de anti-histamínicos e corticoides, mas a eliminação completa do alimento da dieta é o método mais eficaz.

Existem três principais formas de intoxicação alimentar relacionada a alergias: contaminação cruzada, alimentos ultraprocessados e rotulagem inadequada. A contaminação cruzada é quando utensílios e superfícies estão “contaminados” com substâncias alergênicas, enquanto alimentos ultraprocessados podem conter conservantes que agravam a situação. Por último, ler atentamente os rótulos e verificar a presença de substâncias alergênicas nos produtos é fundamental. A Anvisa garante que produtos que contêm alergênicos devem ter rótulos claros, como “Alérgicos: contém derivados de (nome do alimento alergênico)”.

Diante dessas informações, fica claro que a consciência alimentar e precauções cuidadosas são indispensáveis, especialmente em ambientes como restaurantes e reuniões familiares onde frutos do mar são frequentemente servidos. E quem diria que uma simples refeição poderia trazer riscos tão grandes?