Nação

Pacífico registra anomalias de La Niña pela primeira vez em 2024 e mudança climática pode agravar efeitos!

2024-09-27

O Pacífico Equatorial está enfrentando uma anomalia de temperatura da superfície do mar de -0,5°C, o que o coloca exatamente no limite entre as fases de neutralidade e de La Niña, de acordo com dados recentes da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA). Esta é a primeira vez que o fenômeno é registrado em 2024.

Para ter uma ideia da gravidade, essa anomalia, que foi alcançada pela primeira vez este ano, é um indicativo do que pode vir pela frente. Com um histórico recente de seis semanas com valores negativos, os cientistas estão em alerta. A primeira semana que atingiu os -0,5°C é um marco significativo, mas não necessariamente um sinal de que um evento de La Niña está em andamento. Essa é uma análise crucial, já que eventos desse tipo têm implicações profundas na climatologia global.

A MetSul Meteorologia explana que, para que seja oficialmente declarado um evento de La Niña, seriam necessárias várias semanas consecutivas com registros de -0,5°C ou inferior. Atualmente, apenas uma semana atingiu esse patamar, o que indica que ainda não estamos em um evento de La Niña.

As previsões para o fenômeno neste ano estão complicadas. O Centro de Previsão Climática da NOAA aponta mais de 80% de chance de La Niña se estabelecer na primavera, com uma previsão de 71% para o trimestre de setembro a novembro. Para você ter uma ideia do que isso significa: um evento de La Niña pode resultar em padrões climáticos severos, especialmente na América do Sul.

A previsão é de que, se La Niña realmente se estabelecer, possa ter seu pico de intensidade entre o final do ano e começo do próximo verão. As consequências desse fenômeno são variadas. Historicamente, eventos de La Niña levaram a menos chuvas no Sul do Brasil e maior precipitação em outras regiões, como o Norte e o Nordeste. Essa mudança pode acentuar a crise hídrica e agravar os efeitos da seca em estados como o Mato Grosso do Sul.

É importante ressaltar que o fenômeno La Niña faz parte do complexo sistema El Niño-Oscilação Sul (ENOS), que tem impactos globais. O fenômeno provoca temperaturas abaixo do normal, interferindo significativamente na circulação atmosférica e nos padrões climáticos ao redor do mundo.

Globalmente, La Niña tende a causar uma diminuição temporária nas temperaturas médias globais, mas com as atuais mudanças climáticas, a expectativa é que os efeitos persistam mesmo durante um evento desse fenômeno. Isso significa que, mesmo durante a presença de La Niña, o planeta pode continuar a registrar temperaturas incrivelmente altas, refletindo a urgência da crise climática que enfrentamos atualmente.

Os especialistas, portanto, estão de olho na evolução deste fenômeno. Estar preparado é fundamental, tanto para mitigar os impactos quanto para adaptarmos a sociedade aos desafios impostos pelas mudanças climáticas e por fenómenos como La Niña. Fique atento às atualizações e cuide do nosso planeta!