Paciente em situação de violência fugiu da UPA em Apucarana e a história é mais complexa do que parece!
2025-01-04
Autor: Lucas
Na noite desta sexta-feira (03), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Apucarana se viu em uma situação inesperada quando uma paciente, que necessitava de cirurgia, resolveu fugir do local mesmo apresentando ferimentos. O caso foi registrado pela Policia Militar (PM) às 22h46.
De acordo com informações das autoridades, a mulher chegou à UPA após ser supostamente vítima de violência doméstica, apresentando um corte no calcanhar direito. A situação demandava urgência; sua transferência para o Hospital da Providência era necessária. Entretanto, o enfermeiro informou aos militares que a paciente, apavorada, decidiu deixar a unidade antes da transferência.
Mas a narrativa não termina aí. Um boletim de ocorrência adicional esclareceu mais detalhes sobre a situação. Embora ela realmente tenha sido vítima de violência, não foi esfaqueada. Segundo relato, a mulher sofreu um ferimento ao cair de um barranco durante uma discussão com seu companheiro, que a agrediu com um fio de televisão antes do empurrão, em uma manhã marcada por tensão e medo.
Curiosamente, a paciente é moradora da cidade de Cambira (PR) e está grávida de sete meses do agressor. Após o incidente, que ocorreu pela manhã, a mulher optou por não procurar ajuda imediata e, apesar da gravidade da situação, decidiu retornar para casa. A própria apresentava temor pela sua segurança e a do bebê, já que a relação com o companheiro é marcada por um histórico de agressões, com quatro ocorrências relatadas apenas em 2024.
Cabe ressaltar que a vítima havia obtido uma medida protetiva contra o agressor, mas acabou revogando a ordem judicial por não se sentir capaz de cuidar do bebê sozinha, um reflexo da complexa dinâmica do ciclo da violência. Desde o acontecimento, ela recebeu atendimento médico e foi encaminhada de volta para Cambira em uma ambulância, mas a PM local ainda não conseguiu localizar o parceiro, que representa uma ameaça à integridade dela e do futuro bebê.
Essa situação expõe as dificuldades que muitas mulheres enfrentam em relacionamentos abusivos, onde a violência não é apenas física, mas emocional, levando-as a tomar decisões perigosas para se proteger. O que deveria ser um espaço de acolhimento se transforma em um dilema emocional e uma luta pela sobrevivência.