Os Três Grupos que Discutiram o Golpe após a Derrota de Bolsonaro
2025-01-27
Autor: Gabriel
Após a derrota de Jair Bolsonaro na corrida presidencial em 2022, três grupos distintos se formaram ao seu redor, de acordo com a delaçãção do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Esses grupos tinham visões divergentes sobre o que deveria ser feito após a eleição, dividindo-se entre aqueles que defendiam a desmobilização dos acampamentos de apoiadores e os que sonhavam com um golpe de Estado.
A revelação sobre a existência desses grupos surgiu durante o depoimento de Mauro Cid à Polícia Federal em 2023. Essa informação foi publicada na coluna do renomado jornalista Elio Gaspari na Folha de S.Paulo, trazendo à tona a postura de autoridades influentes. O UOL, em uma reportagem detalhada, compilou os nomes dos membros de cada grupo e as ideologias que os guiavam.
O Grupo Radical: Guerrilheiros Digitais e Golpistas
Este grupo estava dividido em dois subgrupos. O primeiro focava em alegações de fraudes nas urnas eletrônicas, com figuras importantes como o deputado general Pazuello (PL-RJ) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) também estava entre os defensores desta teoria.
O segundo subgrupo radical defendia um golpe de Estado, acreditando que a mobilização do 'povo' e dos CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) garantiria o sucesso da ideia. Os principais integrantes desse grupo incluíam Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e ex-ministros como Onyx Lorenzoni e Gilson Machado.
O Grupo Moderado: O Medo do Retorno à Ditadura
Os moderados, por outro lado, acreditavam que a melhor saída seria aceitar os resultados das eleições. Com temor da possibilidade de um golpe armado que poderia resultar em um regime autoritário por décadas, esse grupo contava com membros como o então comandante do Exército, general Freire Gomes, e o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio.
O Grupo Conservador: A Busca pela Opinião Pública
Os conservadores aconselhavam Bolsonaro a desmobilizar os acampamentos e a se posicionar como o líder da oposição ao novo governo. Entre os conselheiros estavam senadores como Flávio Bolsonaro e o ex-ministro Ciro Nogueira. Curiosamente, alguns ainda sugeriram que Bolsonaro deixasse o Brasil, estratégia que acabou se concretizando antes da posse de Lula.
Reflexões Finais
Esses desdobramentos revelam não apenas as tensões internas no círculo próximo a Bolsonaro após a derrota, mas também a polarização crescente na política brasileira. À medida que o país se recupera dessa crise, é imperativo que todos os cidadãos participem do debate democrático de forma construtiva. A luta pelo poder e a manipulação da opinião pública não devem prevalecer em um ambiente saudável de democracia. Como será o futuro da política brasileira com essas divisões internas? O cenário continua em aberto.