Os óleos vegetais são realmente prejudiciais à saúde?
2024-11-15
Autor: Fernanda
A controvérsia em torno dos óleos vegetais, especialmente os chamados "oito odiosos" — que incluem óleo de canola, óleo de milho, óleo de girassol, entre outros — tem ganhado destaque na internet. Influenciadores de bem-estar e até figuras políticas, como Robert F. Kennedy Jr., levantaram a bandeira contra esses óleos, alegando que a população está sendo "envenenada sem saber" por seu consumo, ligando-os a doenças crônicas como diabetes e obesidade.
Apesar das alegações negativas, muitos especialistas em nutrição defendem que os óleos vegetais são, na verdade, uma opção saudável em comparação com a manteiga e a banha. Pesquisas, como aponta o professor de medicina Christopher Gardner, da Universidade de Stanford, mostram uma associação entre o consumo desses óleos e uma melhor saúde geral.
Os óleos vegetais são, basicamente, óleos refinados extraídos de sementes de plantas. Porém, nem todos os óleos da lista dos "oito odiosos" são originados de sementes. Por exemplo, o óleo de soja é derivado de grãos. Além disso, óleos como os de gergelim e linhaça não estão nessas críticas.
Esses óleos são compostos principalmente de gorduras insaturadas, sendo ricos em ácidos graxos ômega-6. Embora existam preocupações sobre o equilíbrio entre ômega-6 e ômega-3, a ciência sugere que o consumo de ômega-6 não tem uma relação direta e negativa com a inflamação na maioria das pessoas.
Os críticos argumentam que a alta quantidade de ômega-6 nas dietas modernas pode contribuir para a inflamação crônica. No entanto, especialistas, como o professor William Harris, afirmam que nossos corpos usam ácidos graxos ômega-6 tanto para produzir compostos inflamatórios quanto anti-inflamatórios, e que aqueles que consomem mais ômega-6 não apresentam níveis mais altos de marcadores inflamatórios no sangue. Na verdade, estudos mostram que um maior consumo de ômega-6 está associado a um risco reduzido de doenças cardíacas e diabetes tipo 2.
Além disso, é importante destacar que a forma como os óleos são processados também conta. A maioria dos óleos vegetais, ao serem refinados, se tornam estáveis e seguros para o uso em altas temperaturas. O problema maior está nos alimentos ultraprocessados que frequentemente utilizam esses óleos, e não nos óleos em si.
A conclusão é que, se você deseja reduzir a ingestão de óleos vegetais, deve focar em diminuir o consumo de alimentos ultraprocessados. Trocar óleos vegetais por opções ricas em gorduras saturadas, como manteiga e banha, pode não ser a melhor solução. Os óleos vegetais são adequados para preparar receitas que necessitam de um sabor neutro e são excelentes em alta temperatura, tornando-os uma escolha saudável para o dia a dia.