Saúde

Os Impactos Surpreendentes da Abstinência de Cafeína no Seu Corpo

2024-09-20

O café é sem dúvida uma das bebidas mais amadas pelos brasileiros. Muitos iniciam o dia com uma xícara de café e continuam a consumi-lo ao longo do dia em busca de energia e disposição. No entanto, o que acontece quando esse hábito é interrompido? Como a abstinência de cafeína afeta nosso organismo?

A cafeína, um dos principais componentes do café, é um poderoso estimulante do sistema nervoso central e age como uma substância psicoativa. Segundo Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), a ingestão regular de cafeína leva à liberação de dopamina, o ''hormônio da felicidade''. Isso mantém as pessoas alertas e faz com que, ao longo do tempo, desenvolvam uma certa dependência.

Mas você sabia que a abstinência de cafeína não é uma condição cientificamente reconhecida como vício? "Quando alguém para de consumir café, pode notar sintomas como irritabilidade, tremores, sudorese e até um quadro leve de depressão. Isso pode ser atribuído a uma dependência, mas não está formalmente classificado como vício", esclarece Ribas Filho. Mesmo assim, a redução drástica do consumo pode resultar em dores de cabeça, náuseas e outros desconfortos.

Os sintomas de abstinência ocorrem devido às alterações químicas no cérebro. Thaís Villa, neurologista da Universidade Federal de São Paulo, explica que quando o consumo de café é interrompido, o nível de um neurotransmissor chamado adenosina aumenta, causando sonolência e cansaço extremo. Isso porque a cafeína, ao ser consumida, se liga a receptores que normalmente são afetados pela adenosina, mantendo o alerta e a atenção altos. Quando a cafeína é retirada, o efeito inverso se intensifica.

A pergunta que fica é: vale a pena reduzir o consumo de café? Para muitos, a resposta é sim! O café, consumido moderadamente, pode trazer muitos benefícios para a saúde, como melhora no desempenho mental e proteção contra doenças cardiovasculares. Contudo, o consumo excessivo pode levar a problemas como ansiedade e insônia.

Reduzir a ingestão pode ser igualmente benéfico. Essa prática pode melhorar a qualidade do sono, reduzir a pressão arterial e até aliviar dores de cabeça causadas pelo ''efeito rebote'' da cafeína. A neurologista Thaís Villa ressalta que a redução deve ser feita de forma gradual para minimizar os efeitos da abstinência.

Então, como fazer essa transição? Ribas Filho sugere alternativas como chás (mate, preto e verde), chimarrão e até chocolate, que também contêm cafeína, mas em menor dose. Contudo, essas opções também devem ser consumidas com moderação.

Em resumo, a relação que temos com o café é complexa. Embora traga diversos benefícios e prazer, é fundamental que o consumo seja controlado. Estudos apontam que o equilíbrio é a chave para manter nosso desempenho físico e mental em alta. Lembre-se: ser consciente em relação à sua ingestão de cafeína pode transformar não só o seu dia a dia, mas também sua saúde a longo prazo!