Os depósitos em moeda estrangeira na Argentina tiveram um aumento impressionante de cerca de US$ 8 bilhões (R$ 44,4 bilhões) desde que Javier Milei assumiu a presidência em dezembro. Esse crescimento é atribuído a uma série de medidas de austeridade e políticas pró-mercado implementadas pelo novo governo, que visam atrair dólares de volta ao sistema financeiro do país.

Os dados mais recentes do Banco Central mostram que o total de depósitos em moeda estrangeira agora ultrapassa a marca de US$ 24 bilhões. Isso contrasta fortemente com os aproximadamente US$ 16,5 bilhões registrados quando Milei tomou posse em meio a uma profunda crise econômica.

A Argentina se encontra em uma situação econômica delicada, com a necessidade urgente de um aumento de liquidez na economia e no sistema financeiro. Isso é crucial para tentar tirar o país da recessão e estabilizar as finanças públicas, que estão extremamente comprometidas após anos de déficits fiscais, esvaziamento das reservas e níveis altíssimos de inflação.

Uma das medidas adotadas por Milei foi a oferta de uma anistia até 30 de setembro, permitindo que cidadãos tragam seus fundos de volta ao sistema financeiro formal sem enfrentar penalidades. Essa iniciativa surge após anos em que muitos poupadores buscaram acumular dólares fora do sistema bancário, seja no exterior ou em locais seguros, como debaixo de colchões.

Alguns analistas acreditam que, se essa tendência de aumento nos depósitos se mantiver, poderá haver uma melhoria significativa na confiança do consumidor e um eventual fortalecimento da moeda local. No entanto, os desafios ainda são imensos, e a população permanece cética sobre as promessas de recuperação econômica após anos de instabilidade.