Em um movimento alarmante, o governo de Donald Trump, que recentemente reassumiu o controle dos EUA, promoveu uma onda de deportações, resultando na prisão de 538 imigrantes indocumentados. As deportações de 'centenas' de pessoas ocorreram de forma rápida, e os temores de uma represália imediata entre a comunidade migrante já estão se tornando realidade.

Trump, que durante a sua campanha eleitoral fez questão de associar imigrantes a questões de segurança e tráfico de drogas, decretou o fim temporário da cidadania por nascimento e deu poderes ao Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) para deportar rapidamente migrantes que haviam podido entrar no país sob programas da administração anterior.

A situação já era preocupante antes mesmo da posse de Trump, com muitos latinos abandonando abrigos municipais em antecipação a possíveis represálias. Kervin Nava, um migrante venezuelano, expressou sua preocupação: 'É melhor ir embora antes. Estou me organizando em outro lugar.'

O receio entre os imigrantes está sendo acompanhado por uma forte reação de ativistas, advogados e cidadãos comuns, que se mobilizam para garantir um tratamento mais humano para aqueles que cruzam fronteiras em busca de uma vida melhor. O reverendo Michael Woolf, de Illinois, declarou que se opõe à diretriz que permite a entrada de agentes do ICE em locais de culto e afirmou que não ficará em silêncio se alguém tentar invadir sua igreja.

Além disso, Karina Breceda, ativista e diretora de um abrigo para migrantes grávidas em El Paso, criticou as políticas de Trump dizendo que protegem a vida apenas em parte, já que muitos bebês nascem sem documentos. 'O que acontecerá com essas crianças? Elas merecem respeito e proteção', afirmou.

Josnexcy Martínez, uma venezuelana que buscou refúgio usando um aplicativo, vive com medo constante de ser presa e pediu que sua situação seja avaliada adequadamente. Com a suspensão do programa que auxiliava esses imigrantes, sua vida agora está precarizada.

A crise não é apenas emocional. Com muitos trabalhadores migrantes reduzindo sua presença no mercado de trabalho, vários setores, incluindo comércio e construção, começam a sentir os efeitos da falta de pessoal. Usuários de plataformas como o TikTok começam a relatar a desolação em locais de trabalho, como um restaurante vazio por conta da ausência de funcionários.

As questões levantadas não foram ignoradas em nível internacional. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos fez um apelo aos Estados para que respeitem as obrigações referentes aos direitos dos migrantes. O direito de asilo é considerado universalmente reconhecido, mas decisões apressadas e desumanas por parte de nações, incluindo os EUA, colocam em risco a vida de muitos.

As ações de Trump provocam não apenas medo, mas também a possibilidade de uma nova era de tensões e divisões nos EUA. Ativistas esperam que mudanças possam ser feitas antes que o sonho americano se transforme em um pesadelo sem fim.