Haddad Propõe Alterações no Vale-Refeição para Reduzir Preços de Alimentos
2025-01-23
Autor: Pedro
Haddad Propõe Alterações no Vale-Refeição para Reduzir Preços de Alimentos
Na última quinta-feira, 23 de janeiro de 2025, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não utilizará o 'espaço fiscal' para baratear os preços dos alimentos. Em entrevista, Haddad defendeu mudanças na regulamentação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), sugerindo que essas alterações poderiam ser feitas pelo Banco Central.
De acordo com Haddad, uma melhor regulamentação da portabilidade do vale-refeição e do vale-alimentação poderia resultar em uma queda de preços dos alimentos, possivelmente entre 1,5% e 3%. "Há um espaço regulatório que acreditamos poder explorar rapidamente", afirmou o ministro.
Vindo de uma reunião com Lula na Granja do Torto, em Brasília, Haddad não especificou se o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou das discussões. Ele também destacou que não há um prazo definido para anunciar as novas medidas e que os estudos serão realizados com cautela.
O Programa de Alimentação do Trabalhador, criado em 1976, visa melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores e permite que as empresas ofereçam benefícios na forma de cartões que podem ser usados em restaurantes e estabelecimentos de alimentação. No entanto, Haddad ressaltou que muitos trabalhadores acabam perdendo dinheiro na hora da utilização desses créditos, devido às altas taxas cobradas.
O ministro frisou a necessidade de criar um ambiente mais favorável para que o trabalhador utilize integralmente o que lhe é devido. Ele declarou: "Se conseguimos baratear a intermediação e evitar a venda do seu crédito, podemos ver uma queda nos preços dos alimentos a curto prazo".
Haddad também fez previsões otimistas para 2025, prevendo uma grande safra agrícola que poderá garantir maior oferta de alimentos. Além disso, a desvalorização do dólar poderá contribuir para a redução dos preços, especialmente em commodities como leite, carne e café, que são fortemente influenciados pelas variações do câmbio.
O ministro ainda negou que haja planos de aumentar os gastos públicos para diminuir os preços de alimentos, afirmando que não há ânimo para implementar subsídios. Ele salientou que as reformas fiscais já realizadas limitaram gastos com categorias como a cesta básica. "Nosso foco deve ser na melhoria da concorrência e no ambiente de negócios do Brasil", disse.
Por fim, os dados mais recentes mostram que a inflação de alimentos em domicílios alcançou 8,23% em 2024, com destaque para o aumento de 20,84% nas carnes, que também contribuíram significativamente para a inflação geral, que fechou o ano em 4,83%.