O que está por trás da disparada do dólar que atingiu R$ 5,87?
2024-11-03
Autor: Pedro
Introdução
Na última sexta-feira (1º), o dólar fechou a R$ 5,8699, alcançando seu segundo maior valor nominal da história, perdendo apenas para a impressionante marca de R$ 5,9012 registrada em maio de 2020 durante o auge da pandemia.
Fatores brasileiros
Essa alta de 1,53% é resultado de uma combinação de fatores que despertam incertezas, tanto no Brasil quanto internacionalmente. No cenário brasileiro, a desconfiança do mercado em relação à falta de medidas concretas para o ajuste fiscal tem gerado muita tensão. O governo promete apresentar diretrizes de cortes de despesas após as eleições municipais, mas até o momento, nada foi oficialmente anunciado.
Expectativas internacionais
Além disso, a expectativa em torno das eleições presidenciais nos Estados Unidos, especialmente a possibilidade de uma vitória de Donald Trump, está fazendo os investidores buscarem o dólar como um porto seguro, elevando sua cotação. Essa incerteza política gera cautela e, consequentemente, leva à valorização da moeda norte-americana.
Viagem cancelada e volatilidade
Outro fator que contribuiu para a volatilidade do dólar foi a viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa. Inicialmente programada para esta semana, a viagem foi cancelada, e Haddad permanecerá em Brasília, aumentando a expectativa de que as ações fiscais necessárias não seriam anunciadas em um futuro próximo. Isso intensificou a pressão sobre o mercado, resultando em uma cotação máxima de R$ 5,8759 às 16h48 na mesma sexta.
Dados do mercado de trabalho americano
Na esfera internacional, dados fracos do mercado de trabalho americano também influenciaram a moeda. O último relatório revelou que apenas 12.000 novos postos de trabalho foram criados em outubro, muito aquém das expectativas de 113.000 vagas. Esse dado inicial provocou um breve recuo na cotação, fazendo o dólar chegar a R$ 5,7629. No entanto, a força da moeda se reafirmou durante a tarde, com investidores buscando proteção antes de eventos decisivos nos próximos dias, como as eleições nos EUA, a reunião do Banco Central do Brasil sobre taxa de juros nesta quarta-feira e a decisão do Federal Reserve na quinta.
Conclusão
O cenário é preocupante e a alta do dólar reflete não apenas questões políticas, mas também um mercado global inseguro. Os especialistas estão de olho nos próximos movimentos do governo brasileiro e na postura dos EUA, pois estas decisões afetarão diretamente o comportamento da moeda brasileira e, consequentemente, a economia do país. Afinal, como a população poderá se proteger dessa volatilidade?