Tragédia nas alturas: Instrutor de speedfly morre em acidente no Rio de Janeiro
2024-11-05
Autor: Gabriel
Neste último domingo (3), um acidente fatal abalou a comunidade de esportes aéreos no Rio de Janeiro. José de Alencar Lima Junior, um experiente instrutor de paraquedismo, perdeu a vida enquanto tentava decolar com um speedfly em São Conrado, conhecido por suas incríveis vistas e voos radicais.
O trágico incidente ocorreu na Pedra Bonita, altitude de 696 metros, um dos destinos mais populares para os praticantes de esportes de aventura. Durante um salto, José caiu de uma altura de aproximadamente 250 metros. Vídeos capturados por testemunhas mostram o momento angustiante em que ele correu para decolar em uma área rochosa, mas o equipamento falhou e não abriu completamente, levando à sua queda fatal.
Após o acidente, o corpo do instrutor foi encontrado cerca de quatro horas depois em uma área de difícil acesso do parque, e posteriormente foi enviado ao IML (Instituto Médico Legal). O velório e a cremação de José ocorreram na segunda-feira (4), no Cemitério da Penitência, na zona portuária do Rio.
As autoridades locais estão levando o caso a sério. A Polícia Civil registrou o acidente na 15ª Delegacia de Polícia, na Gávea, e planeja submeter o equipamento utilizado por José à perícia. As investigações continuam para esclarecer as circunstâncias que levaram a esta tragédia, especialmente considerando que o speedfly é uma prática que carece de regulamentação adequada.
O Clube São Conrado de Voo Livre, responsável por regulamentar os esportes aéreos na região, declarou que a atividade de speedflying é clandestina e ocorre sem a devida fiscalização. Em um comunicado, o clube destacou que o instrutor não estava na rampa de voo livre autorizada e que tentou decolar do topo da Pedra Bonita, resultando no triste acidente.
O speedfly, uma modalidade de voo livre que utiliza uma vela menor do que um parapente, é conhecido por suas descidas rápidas e é tipicamente praticado em áreas montanhosas, sendo o recomendado somente para aqueles com vasta experiência.
Infelizmente, este não é o primeiro acidente envolvendo speedfly na Pedra Bonita. Em 2015, outro paraquedista, Tiago Amorim Cobra, de 48 anos, também perdeu a vida em um acidente semelhante. Em 2017, outro praticante foi resgatado após sofrer fraturas, necessitando de cuidados médicos intensivos.
Esse tipo de ocorrência levanta questões importantes sobre a segurança e regulamentação dos esportes radicais no Brasil, especialmente em locais com grande circulação de praticantes e turistas. Que lições possam ser aprendidas para que tragédias assim não se repitam.