MP recomenda apreensão de câmeras corporais após morte de estudante de medicina em SP
2024-12-16
Autor: Lucas
O Ministério Público de São Paulo tomou uma medida incisiva ao recomendar que a Polícia Civil apreenda as câmeras corporais utilizadas pelos policiais militares no trágico caso da morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de apenas 22 anos. O incidente ocorreu no dia 20 de novembro na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, e gerou comoção e protestos na comunidade.
A recomendação, feita através de um ofício anexado ao processo que tramita no Tribunal de Justiça de São Paulo, partiu dos promotores Estefano Kummer e Enzo Boncompagni. Eles solicitaram que as imagens sejam incorporadas ao processo, a fim de esclarecer as circunstâncias que levaram à morte do jovem.
Os promotores também requisitaram à Polícia Civil que envie um ofício à Polícia Militar para verificar se os agentes envolvidos na operação tinham à disposição equipamentos não letais, como os tasers, disponíveis na viatura. Em uma declaração anterior ao jornal O GLOBO, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou que os policiais tinham um taser à disposição no dia do ocorrido.
O agente responsável pelo disparo que resultou na morte de Acosta é Guilherme Augusto Macedo. Tanto ele quanto o colega que estava presente na ação policial foram afastados das atividades operacionais. Guilherme está sendo investigado por homicídio, o que levantou discussões sobre a conduta policial em situações de confronto.
A SSP também informou que o caso está sob investigação por meio de um Inquérito Policial Militar, acompanhado pela Corregedoria. Em nota, a pasta enfatizou que "os policiais envolvidos permanecerão afastados até a conclusão das investigações" e que as imagens das câmeras corporais já foram anexadas ao inquérito, podendo ser solicitadas pelo Ministério Público.
Contexto do Caso
Marco Aurélio, estudante da faculdade Anhembi Morumbi, foi morto em circunstâncias que ainda são debatidas publicamente. Segundo o boletim de ocorrência, ele teria atingido a viatura policial durante uma ronda rotineira na madrugada do dia 20 de novembro. Após o incidente, Acosta buscou refúgio em um hotel na Rua Cubatão, onde os policiais o alcançaram.
Imagens de câmeras de segurança do estabelecimento mostram a abordagem, onde um dos policiais chegou ao local brandindo uma arma. A situação se agravou quando Acosta resistiu à prisão e houve um confronto físico. O momento culminante foi quando o primeiro policial disparou, ferindo fatalmente o jovem na região abdominal, o que levanta questionamentos sobre o uso da força e os procedimentos policiais adotados em casos semelhantes.
A morte de Marco Aurélio Acosta não apenas chocou sua família e amigos, mas também gerou uma onda de protestos e pedidos de justiça nas redes sociais e em manifestações públicas, refletindo a crescente preocupação da sociedade com a violência policial e os direitos humanos.