Motorista envolvido em tragédia na BR-116: 'Entrei em pânico' e fugiu do local
2024-12-24
Autor: Julia
A defesa do motorista da carreta suspeito de causar o horrendo acidente na BR-116, que resultou na morte de 41 pessoas, afirmou que seu cliente entrou em pânico e deixou o local após a colisão. O trágico acidente ocorreu na madrugada do sábado (21/12), nas imediações do distrito de Lajinha, em Teófilo Otoni, Minas Gerais, e envolveu a carreta, um ônibus e um carro de passeio.
Imagens capturadas por câmeras de segurança na beira da estrada mostraram os momentos do acidente. Segundo o advogado Raony Scheffer, "Ele desceu da carreta, foi verificar a situação e, ao perceber a gravidade do que havia acontecido, ficou apavorado. Preocupado com sua própria integridade física e sem condições de ajudar, decidiu deixar o local". O motorista se entregou à polícia na segunda-feira, 23/12, acompanhado de advogados.
A situação complicou-se quando a Polícia Militar (PMMG) divulgou que o motorista estaria com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa desde 2022. Contudo, o advogado contesta, alegando que existe uma decisão judicial que revogou essa suspensão e que ele estava em plena condição de dirigir.
As investigações apontam que a principal causa do acidente pode ter sido o tombamento da carga da carreta, que transportava um bloco de granito. Essa falha resultou em uma colisão frontal com o ônibus, que transportava 45 passageiros, e que provocou um incêndio devastador. Um carro Fiat Argo que seguia logo atrás também colidiu com a carreta, deixando três pessoas gravemente feridas.
O delegado Saulo Castro, porta-voz da Polícia Civil de Minas, considerou a possibilidade de uma falha mecânica no ônibus, com testemunhas relatando que o pneu do veículo teria estourado. Por outro lado, a análise da nota fiscal da carreta revelou excesso de carga, apontando uma possível responsabilidade do motorista. O advogado contesta essa acusação, afirmando que não foram apresentadas provas concretas sobre o excesso de carga.
A Emtram, empresa responsável pelo ônibus, manifestou seu pesar pela tragédia e garantiu que o veículo estava em perfeitas condições, com manutenção em dia e pneus novos, além de um sistema de monitoramento ativo. A empresa se comprometeu a colaborar com as investigações.
A Justiça negou um pedido de prisão preventiva do motorista, uma vez que ele não se encontrava em flagrante. A Polícia Civil informou que está orientando os familiares das vítimas no processo de identificação dos corpos. Até o momento, 14 corpos foram identificados, 11 deles já entregues às famílias, e a contagem oficial das vítimas já soma 41 mortos.
Dos 44 passageiros do ônibus, muitos tinham como destino cidades do interior da Bahia, incluindo Vitória da Conquista e Santa Inês. Este trágico acidente ressalta a necessidade urgente de melhorias na segurança das estradas e na fiscalização do transporte de cargas.