Ciência

Morte de empresário durante ressonância magnética levanta questões de segurança, dizem especialistas

2024-10-27

Autor: Mariana

Fábio Mocci Rodrigues Jardim, de 42 anos, faleceu tragicamente enquanto se submetia a um exame de ressonância magnética na clínica Mult Imagem, localizada em Santos (SP). O exame, realizado no dia 22 de agosto, foi solicitado após Fábio relatar ao médico que estava enfrentando episódios recorrentes de sono excessivo. Sua esposa, Sabrina Altenburg Penna, de 44 anos, informou que um médico na clínica mencionou que ele havia sofrido um "infarto fulminante".

Entretanto, após a morte, a equipe do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) considerou a situação uma "morte suspeita", demandando um laudo do Instituto Médico Legal (IML). O resultado desses exames pode demorar até 90 dias para ser concluído.

O neurologista João Brainer Andrade, que não está diretamente envolvido no caso, esclareceu que a ressonância magnética, por si só, não é responsável por desencadear um infarto. "É possível que o paciente tenha se sentido mal e, coincidentemente, tenha sofrido um infarto durante o exame", indicou.

Além disso, o médico explicou que o contraste usado em determinados tipos de ressonância não causa infartos, mas pode levar a reações adversas em pacientes sensíveis, como dificuldade para respirar ou pressão baixa em casos de choque anafilático.

Fábio e Sabrina estavam casados há 11 anos e deixaram duas filhas pequenas, uma de 6 e outra de 14 anos. A comerciante relatou que a consulta estava marcada para o meio-dia, mas Fábio só foi atendido às 14h. Apesar do atraso, ele estava calmo e tranquilo. Sabendo da gravidade da situação apenas ao ver a movimentação apressada dos funcionários da clínica, Sabrina enfrentou a agonia de esperar e conseguiu ver Fábio inconsciente, com paramédicos realizando massagem cardíaca.

"Assim que cheguei, percebi que ele estava caindo. O atendimento de emergência foi rápido, mas já era tarde demais", lamentou Sabrina, que se sentiu completamente perdida naquele momento. A morte de Fábio aconteceu em um contexto que gerou desconfiança sobre possíveis falhas no protocolo de segurança da clínica.

O neurologista Andrade também mencionou que a ressonância magnética é um exame considerado seguro e não radiativo. Porém, ele ressaltou que pessoas com próteses, marca-passos ou outros dispositivos médicos precisam informar os profissionais da saúde antes do exame, pois estes podem representar riscos potenciais durante o procedimento.

A Prefeitura de Santos e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo confirmaram que o caso está sob investigação no 2º Distrito Policial de Santos, e estão esperando os laudos que esclarecerão as circunstâncias da morte. Esse incidente trágico levanta um ponto crucial sobre a segurança nas clínicas de imagem e a importância de um atendimento adequado para evitar ocorrências fatídicas como esta.

Com a repercussão da morte de Fábio, muitos se questionam: até que ponto estamos seguros durante exames médicos? Os eventos ao redor desse caso trágico devem servir como um alerta para a revisão de protocolos de segurança em clínicas e hospitais.