Nação

Morte de Criança em Ação da PM em SP Provoca Repúdio Generalizado: 'É Inadmissível!'

2024-11-06

Autor: Pedro

Diversas organizações de direitos humanos e segurança pública se manifestaram com indignação após a morte de uma criança e um adolescente durante uma operação policial em Santos, no litoral paulista, na noite de terça-feira (5).

As entidades consideraram "inadmissível" a maneira como as forças policiais atuaram na comunidade, ressaltando que o episódio é um exemplo da violência excessiva frequentemente utilizada pela PM em áreas de vulnerabilidade. Assinam o manifesto figuras como o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) e a deputada Ediane Maria (PSOL), além de coletivos como a Bancada Feminista (PSOL) e a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo.

"Esse tipo de tragédia é resultado da atuação violenta e desmedida da PM em comunidades carentes, uma prática recorrente que não deve ser ignorada", alertaram os grupos. Segundo eles, essas mortes não são apenas incidentes isolados, mas sim fruto de uma estratégia policial que prioriza o conflito e o uso excessivo da força.

Assinam a nota o Centro de Direitos Humanos e Educação Popular, a Associação AMPARAR, a Comissão Arns, Conectas Direitos Humanos, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Instituto Sou da Paz, Instituto Vladimir Herzog, Movimento Independente Mães de Maio e a Rede de Proteção e Resistência contra o Genocídio.

Além dos casos recentes, as organizações lembraram outras tragédias envolvendo civis. Um exemplo chocante ocorreu em abril, quando uma menina de apenas 7 anos ficou cega após ser atingida por um bala perdida enquanto se dirigia à escola em Paraisópolis. A famosa Operação Escudo Verão também foi mencionada, que resultou em uma série de mortes no ano passado. Entre dezembro de 2022 e abril de 2023, a PM deflagrou operações na Baixada Santista, culminando em 56 mortes. A polícia alegou que os mortos teriam resistido à ação.

Criança e Adolescente Brutalmente Mortos

As vítimas da recente operação policial foram identificadas como Ryan da Silva Andrade Santos, de apenas 4 anos, e Gregory Ribeiro Vasconcelos, de 17 anos. Ryan foi fatidicamente baleado enquanto brincava em sua comunidade.

Curiosamente, Ryan era filho de Leonel Andrade, que também foi morto em uma operação policial há nove meses e que, segundo a família, nunca foi envolvido em confrontos com a polícia. A PM, por outro lado, sempre insistiu na versão de que Leonel teria atirado contra os policiais, uma alegação que a família contesta severamente.

A Polícia Civil já abriu um inquérito para investigar a origem do tiro que tirou a vida de Ryan, enquanto a Secretaria da Segurança Pública (SSP) anunciou que fará perícias nas armas dos policiais envolvidos e no local do disparo. Sete policiais que participaram da operação foram afastados temporariamente.

A versão da PM afirma que eles estavam em patrulhamento quando foram atacados por um grupo de dez suspeitos e revidaram os disparos. Além de Ryan e Gregory, um adolescente de 15 anos também foi baleado e se encontra internado. Entretanto, moradores da área contradizem a narrativa policial, alegando que não houve confronto.

Uma mãe, Beatriz da Silva Rosa, expressou sua dor devastadora: “Estávamos na rua, as crianças estavam brincando. Quando a polícia começou a atirar, corremos. Quando percebi, havia muito sangue no chão. Era do meu filho, que foi baleado. Estou arrasada, perdi um pedaço de mim.”

Este trágico evento traz à tona questões cruciais sobre a conduta da polícia e a proteção de vidas inocentes nas comunidades vulneráveis. As vozes que clamam por justiça e mudanças na abordagem policial se tornam cada vez mais urgentemente necessárias.