Moldávia Acusa Rússia de Tentar Interferir nas Eleições Presidenciais em Meio a Crises Internas
2024-11-03
Autor: Ana
O presidente da Moldávia, Maia Sandu, que busca a reeleição, está sob o olhar atento da comunidade internacional, especialmente devido às alegações de interferência russa nas eleições presidenciais. Este domingo, 3 de novembro, marca o segundo turno das eleições, enquanto o clima político no país é tenso.
Recentemente, Stanislav Secrieru, conselheiro de segurança nacional de Sandu, informou que as autoridades moldavas identificaram uma "interferência massiva" da Rússia nesse processo eleitoral. "Enquanto moldavos votam no segundo turno, testemunhamos esforços claros para distorcer o resultado das eleições", escreveu Secrieru nas redes sociais. Ele também alertou que as autoridades permanecerão em "alerta máximo" durante a votação.
Maia Sandu, que representa uma orientação pró-europeia, obteve 42% dos votos no primeiro turno realizado em 20 de outubro, enquanto seu principal adversário, Alexandr Stoianoglo, que é favorável à Rússia, recebeu 26%. O cenário é alarmante, pois a Moldávia, um país de menos de 3 milhões de habitantes, se encontra em um momento crucial de sua trajetória política, especialmente diante das ameaças de interferência externa.
De acordo com Secrieru, há relatos de movimentação ilegal de eleitores da região separatista da Transdniestria, onde tropas russas estão presentes. Embora o transporte de eleitores seja explicitamente proibido pela legislação moldava, muitos moldavos estão sendo levados de forma organizada para votar, ultrapassando já o número de eleitores do primeiro turno até às 11h do dia da votação.
A polícia tem reprimido essas práticas para evitar a repetição de esquemas de manipulação de votos, como os atribuídos ao oligarca fugitivo Ilan Shor, que tentou comprar os votos de dezenas de milhares de cidadãos durante as eleições. Sandu alertou que a intromissão russa teve um impacto direto nos resultados do primeiro turno e na capacidade da Moldávia de optar por um futuro europeu.
Na esfera internacional, o governo de Chisinau alerta que as seções eleitorais de moldavos no exterior, em países como Reino Unido, Canadá e Estados Unidos, podem ser alvos de sabotagem na votação, potencialmente utilizando táticas como a introdução de bombas falsas.
Dentro do contexto socioeconômico, a Moldávia enfrenta desafios severos, incluindo as repercussões da pandemia de Covid-19 e a crise alimentar provocada pela guerra na Ucrânia. O conflito resultou em um aumento de refugiados e uma drástica redução da oferta de gás russo, contribuindo para uma inflação alarmante.
A polarização política na Moldávia se reflete nas opiniões de eleitores de regiões como Gagauzia, que se manifesta, em sua maioria, a favor de Stoianoglo, expressando descrença em relação a Sandu. Muitos moradores se sentem desiludidos com a atual gestão e frustrados com o aumento dos custos de vida.
Enquanto Maia Sandu tenta reafirmar sua posição e promover uma visão europeia para a Moldávia, as tensões políticas e os desafios econômicos indicam que o caminho à frente será repleto de obstáculos, com a influência russa pairando como uma sombra sobre a democracia moldava.