Na última quarta-feira, 25, um corpo que pode pertencer à advogada Anic Herdy foi encontrado na garagem da residência de Lourival Correa Netto Fatica, em Teresópolis, no Rio de Janeiro. Fatica, que confessou ser o assassino da antiga amante, revelou durante uma audiência que escondeu o corpo na casa. A confirmação da identidade será feita por meio de exame de DNA, mas desde já a cena é alarmante: o corpo foi encontrado em pé, apresentando um dos pulsos algemados e acompanhado de um celular.

O desaparecimento de Anic, que ocorreu em 29 de fevereiro, levou a uma busca intensa por parte das autoridades após a confissão de Lourival. Segundo informações do jornal O Globo, o homem teria cimentado o corpo em um muro da garagem, aproveitando uma obra que realizava. O delegado Nei Loureiro, responsável pelo caso na 105ª DP de Petrópolis, explicou que, para encontrar o cadáver, foi necessário desmanchar o muro, trabalho que exigiu várias horas e o uso de ferramentas manuais.

Durante seu depoimento, Lourival revelou que Anic pediu que ele a algemasse em um motel antes de ser morta com um soco na traqueia. Após o crime brutal, o corpo foi enrolado em um lençol e transportado para a garagem, onde aparentemente foi abandonado por meses.

Chocante ainda é o fato de que, junto ao corpo, foi encontrado o celular de Anic. Há suspeitas de que Lourival tenha utilizado este aparelho para entrar em contato com Benjamin Cordeiro Herdy, o esposo da advogada por 20 anos. Na época de seu desaparecimento, Benjamin pagou o resgate de R$ 4,6 milhões, acreditando que sua esposa havia sido sequestrada.

Entretanto, as investigações sugerem que Anic poderia estar envolvida em um plano para forjar seu próprio sequestro, em conluio com Lourival, o objetivo sendo extorquir seu marido. O chip do celular encontrado estava registrado em nome de Lourival, indicando uma ligação direta entre eles.

Lourival foi preso e apontado como o mentor do suposto sequestro de Anic, com seus filhos também sendo suspeitos de participação no crime e enfrentando as mesmas acusações de extorsão mediante sequestro.

Surpreendentemente, uma carta escrita por Lourival revelava que ele não apenas confessou o crime, mas também insinuou que teria agido a mando de Benjamin. Ele alegou que ambos tramaram a morte de Anic a fim de encobrir o assassinato sob a premissa de um sequestro. A defesa de Benjamin nega as acusações, mas a situação se torna cada vez mais sombria à medida que os detalhes emergem.

O corpo de Anic foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Teresópolis para realização dos exames de DNA, enquanto a comunidade se pergunta até onde estão os limites da crueldade e da traição. O caso, repleto de reviravoltas e surpresas, promete agitar ainda mais os ânimos da população e aumentar o interesse em torno de um crime que choca a todos.