Um grave incidente ocorrido na zona leste de São Paulo levanta novas questões sobre segurança e o comportamento de criminosos. O homem identificado como Solirano de Araújo Sousa, de 48 anos, foi filmado por câmeras de segurança atacando mulheres e tentando arrastá-las para um Fiat Uno. O caso, que ocorreu no dia 13 de outubro, resultou em um alerta da polícia, que agora investiga o desaparecimento de Sousa desde o dia 17.

Com sete vítimas que procuraram a polícia para relatar os episódios, o último contato de Sousa com sua família foi feito ao telefone, quando ele negou ser um 'estuprador'. O delegado Ricardo Salvatori, responsável pela investigação, informou que a última transação bancária de Sousa também ocorreu nesta data, e que o carro usado nos ataques foi abandonado nas proximidades da favela Elba, em Sapopemba, sendo encontrado pela polícia no dia 18.

Os investigadores têm realizado buscas em hospitais e no Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo e Santo André, na esperança de identificar o suspeito ou seus restos mortais, mas até agora sem sucesso. Sousa possui um mandado de prisão temporária devido aos ataques.

Curiosamente, um vídeo obtido pela Policia Civil mostra Sousa saindo do Fiat Uno e entrando em um comércio da região, apresentando dificuldades para caminhar com muletas. Segundo relatos familiares, o homem afirmou ter se machucado ao pular um muro para fugir da polícia.

"Sousa mencionou ter se autolesionado ao tentar se esconder de uma viatura policial ao longe", disse Salvatori à Folha. A polícia, no entanto, não descarta a possibilidade de que Sousa tenha sido sequestrado por integrantes do crime organizado, que costumam aplicar justiça própria em casos de agressores sexuais.

Até o momento, não há evidências de que os ataques de Sousa tenham a intenção de abuso sexual, sendo tratados como tentativas de crime patrimonial. Informações dos familiares revelam que ele era usuário de drogas, e um pino para armazenar entorpecentes foi encontrado dentro do veículo.

Os ataques às mulheres aconteceram em um intervalo de apenas 1h20 no dia 13, envolvendo vítimas com idades entre 16 e 34 anos. Testemunhas reconheceram Sousa através de fotos apresentadas pela polícia, e vídeos mostram sua ousadia ao abordar as vítimas em locais movimentados, como pontos de ônibus e em frente a uma escola.

Esse caso horrendo lança uma sombra sobre a segurança pública na capital paulista e reacende o debate sobre medidas efetivas para proteger as mulheres contra a violência. A sociedade está atenta e ansiosa para saber o desfecho desta sombria história.