Na última sexta-feira (27), a Azerbaijan Airlines revelou que investigações preliminares indicam que a trágica queda de um avião da Embraer, que ocorreu no Cazaquistão, foi resultante de "interferência física e técnica externa".

O incidente, que vitimou 38 pessoas entre os 67 ocupantes, aconteceu na quarta-feira (25) enquanto a aeronave se aproximava de Grozni, na Tchetchênia, para um pouso, levantando especulações de que o avião poderia ter sido abatido acidentalmente por um míssil antiaéreo.

A análise dos danos na cauda do Embraer E-190, que permaneceu quase intacta durante a tentativa de pouso não controlado em Aktau, foi um ponto crucial que levou a essa hipótese. Fontes de investigação do Azerbaijão compartilharam essa informação de forma anônima com agências de notícias.

A Casa Branca também se manifestou, afirmando que existem evidências que sugerem que o avião pode ter sido derrubado por sistemas de defesa aérea russos. John Kirby, porta-voz da Casa Branca, comentou que "nós vimos alguns indícios iniciais que apontam para a possibilidade de que este avião foi derrubado".

A aeronave havia partido de Baku, a capital do Azerbaijão, e estava indo em direção a Grozni quando, devido a problemas climáticos e um alerta sobre drones ucranianos, o piloto decidiu desviar para Aktau. Dmitri Yadrov, diretor da agência de aviação civil russa, informou que a situação no aeroporto de Grozni estava "desafiadora" devido a ataques de drones ucranianos na região.

É importante notar que, após a queda do avião, o aeroporto de Makhachkala, o terminal mais próximo do local onde o sinal do voo desapareceu, foi temporariamente fechado, sugerindo um aumento na atividade militar na área.

Após o incidente, alguns passageiros relataram ter ouvido estrondos intensos antes de a aeronave cair, levantando preocupações sobre falhas técnicas e problemas de segurança. Vafa Shabanova, uma das sobreviventes, mencionou que sentiu um grande susto e houve relatos sobre possíveis problemas com os níveis de oxigênio na cabine durante a descida abrupta.

A Azerbaijan Airlines também anunciou a suspensão de voos para sete cidades da Rússia em resposta ao incidente. Entretanto, a companhia continuará operando rotas para outras cidades russas, como Moscou e São Petersburgo.

Vale destacar que a participação do Brasil nas investigações é viabilizada pelo fato de que o avião era fabricado pela Embraer, o que coloca o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e representantes da Embraer diretamente envolvidos nas apurações dos fatos, que ainda precisam ser esclarecidos.

As autoridades russas foram questionadas sobre o suposto derrube acidental da aeronave, mas o porta-voz do Kremlin não ofereceu novos comentários, indicando que aguardaria a conclusão das investigações oficiais antes de se manifestar.

A tragédia levanta sérias questões sobre a segurança aérea na região, especialmente em meio a tensões geopolíticas crescentes e a influência das tecnologias militares modernas, deixando muitos se perguntando: até onde vão os riscos associados a esses conflitos em zonas de tráfego aéreo?