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Ministro da Bolívia Refuta Ataque a Evo Morales e Relata Que Comboio do Ex-Presidente atirou Contra a Polícia

2024-10-28

Autor: Julia

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, divulgou um vídeo alarmante de um suposto ataque a tiros ocorrido no último domingo (27).

O Ministro do Interior da Bolívia, Eduardo del Castillo, desmentiu no dia seguinte, segunda-feira (28), a alegação de Morales de que ele teria sido alvo de um atentado. De acordo com Del Castillo, uma operação da força especial antidrogas estava em andamento no momento em que o comboio que transportava Morales disparou contra os policiais envolvidos na ação.

Morales, que foi presidente do país por treze anos, entre 2006 e 2019, divulgou em suas redes sociais que agentes do Estado tentaram assassiná-lo no centro de Cochabamba, resultando em ferimentos no seu motorista. "Denuncio com urgência" à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), afirmou o ex-presidente, relatando que seu veículo foi atingido por "14 disparos" realizados por homens encapuzados enquanto se dirigia a uma gravação de seu programa de rádio.

As tensões políticas aumentaram devido a uma recente troca na cúpula militar, realizada pelo atual presidente Luis Arce, que foi aliado de Morales. Essa mudança aconteceu no contexto de bloqueios nas estradas promovidos por simpatizantes de Morales, que protestam contra uma investigação judicial que envolve o ex-presidente.

Arce reagiu ao incidente prometendo uma investigação imediata e minuciosa para esclarecer os fatos, enfatizando que qualquer ato de violência na política deve ser rigorosamente condenado.

Um dia após o ataque relatado por Morales, Roberto Ríos, vice-ministro de Segurança Pública, mencionou que as autoridades estavam considerando a hipótese de um "autoatentado". "É nossa obrigação investigar qualquer denúncia, independentemente de sua veracidade", declarou Ríos.

Além disso, a situação política na Bolívia se complicou ainda mais, pois Evo Morales está sendo investigado por um suposto abuso de uma menor durante seu governo. Recentemente, o Ministério Público anunciou a possibilidade de um mandado de prisão contra ele, mas não houve atualizações desde então.

Os protestos liderados pelos apoiadores de Morales resultaram em bloqueios de rodovias que já causaram escassez de combustíveis e aumentos exagerados em produtos essenciais em diversas cidades bolivianas. Atualmente, cerca de 16 pontos de bloqueio estão ativos, a maioria na região de Cochabamba, fortaleza de Morales.

Na última sexta-feira (25), o governo mobilizou mais de 1.700 policiais para restabelecer a ordem, resultando em confrontos que deixaram 14 policiais feridos e 44 pessoas detidas.

A disputa política entre Morales e Arce intensifica-se à medida que ambos os líderes se posicionam em busca da candidatura presidencial nas eleições de agosto de 2025, embora apenas Morales tenha declarado oficialmente suas intenções de candidatar-se.

A tensão política também fez com que o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia emitisse um comunicado denunciando as "ações desestabilizadoras" por parte de Morales, acusando-o de ameaçar a ordem democrática do país. O ministério apelou à comunidade internacional para que mantenha a vigilância sobre os desdobramentos na Bolívia.

Em meio a toda essa crise, o Ministério do Desenvolvimento Produtivo e Economia Plural revelou que os bloqueios já causaram prejuízos perto de US$ 1,2 bilhão, um cenário alarmante que poderia ter graves repercussões econômicas para o país.

Com a situação política e social fervendo, a Bolívia se vê no epicentro de uma batalha de poder que poderá moldar seu futuro nos próximos anos!