Saúde

Ministério da Saúde incinera 10,9 milhões de vacinas em 2024: Entenda o que aconteceu!

2024-11-04

Autor: Fernanda

O Ministério da Saúde do Brasil surpreendeu ao anunciar que já incinerou, em 2024, a impressionante quantidade de 10,9 milhões de doses de vacinas que estavam vencidas. A maior parte desse desperdício corresponde a imunizantes contra a Covid-19, mas também foram descartadas doses para prevenir febre amarela, tétano, gripe e outras doenças.

Ainda há cerca de 12 milhões de doses em estoque que também já venceram, o que inclui 9 milhões de vacinas da Janssen contra a Covid-19, e que devem seguir o mesmo destino. Esses dados alarmantes foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e a resposta do ministério chegou no dia 25 de outubro.

O ministério alegou que as campanhas de desinformação tiveram um grande impacto na adesão da população às vacinas, ressaltando que atualmente não há falta de imunizantes disponíveis no país.

Entre as vacinas já incineradas, cerca de 6,4 milhões eram destinadas ao combate à Covid-19, uma doença que, neste ano, resultou em mais de 5,1 mil mortes no Brasil, conforme os dados oficiais.

Logo após, a vacina DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, se destaca no número de descartes com 3,1 milhões de doses incineradas, seguida pelo imunizante contra febre amarela, que contabiliza 663,2 mil doses perdidas.

Com os dados ainda parciais, não se pode descartar que o número total de vacinas desperdiciadas aumentará até o final de 2024. O Ministério da Saúde também mencionou que 'não possui gerência sobre a incineração no âmbito estadual', o que levanta questões sobre a gestão de vacinas em diferentes regiões.

As campanhas de vacinação têm se mostrado desafiadoras, com a vacinação contra a Covid-19 sendo um caso exemplificativo. A vacinação começou atrasada, em maio, com imunizantes que tinham um prazo curto de validade.

Essa crise na vacinação não é uma novidade. Desde 2016, o Brasil vem enfrentando uma redução nas taxas de vacinação para doenças como meningite e HPV, o que se agravou com a pandemia. No entanto, as taxas começaram a se reverter parcialmente e aumentaram no ano passado, permitindo ao Brasil sair da lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o UNICEF.

No que tange às vacinas incineradas, o Ministério da Saúde explicou que as vacinas da Covid-19 são alvo de campanhas sistemáticas de desinformação, gerando desconfiança quanto à eficácia e segurança dos imunizantes. Para mitigar desperdícios e oferecer proteção máxima, o ministério adota inovações como entregas parceladas de vacinas conforme a demanda e a possibilidade de troca por vacinas mais recentes aprovadas pela Anvisa.

Além disso, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) está implementando práticas como cláusulas de troca para lotes próximos ao vencimento e monitoramento contínuo dos estoques, incluindo reuniões mensais com laboratórios.

Vale lembrar que, apesar dos altos números de vacinas descartadas, o Ministério da Saúde tem um compromisso sério em garantir a continuidade e a segurança das campanhas vacinais, destacando que perdas percentuais são normais na construção de políticas públicas de saúde.

Esse incidente levanta questões fundamentais sobre a gestão das vacinas e a necessidade de uma estratégia mais efetiva para aumentar a confiança da população. Até quando os brasileiros terão que conviver com os efeitos da desinformação sobre vacinas? A verdade por trás desses números traz à tona a urgência em fortalecer as campanhas de conscientização e garantir que todos os cidadãos estejam protegidos.