Milei Pode Deixar o Mercosul se Acordo com os EUA for Bloqueado
2025-01-22
Autor: Gabriel
O presidente da Argentina, Javier Milei, do partido La Libertad Avanza, manifestou a possibilidade de deixar o Mercosul se o bloco sul-americano impedir que o país fechasse um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. Em uma declaração à Bloomberg, Milei afirmou: “Se a condição extrema for essa, sim. Mas acreditamos que existem mecanismos que podem ser utilizados dentro do Mercosul para evitar essa situação.”
Essa declaração acende um alerta sobre as relações comerciais da Argentina em um período em que o país busca recuperar sua economia. A tensão entre Milei e os demais membros do Mercosul, especialmente Brasil e Paraguai, que defendem a necessidade de negociações conjuntas, pode intensificar-se. O bloco tem um histórico de impedir que seus integrantes conduzam acordos comerciais separadamente, alegando que isso poderia enfraquecer a união regional.
No entanto, é importante ressaltar que a Argentina e o Uruguai têm defendido a liberdade para negociar acordos bilaterais. Em 2021, o Uruguai tentou avançar com um trato com a China, mas o desentendimento com os colegas do Mercosul dificultou a implementação desse plano.
Na mesma entrevista, Milei destacou que seu governo está “trabalhando intensamente” para firmar um acordo com os Estados Unidos. Ele não revelou se teve conversa com Donald Trump ou membros da administração americana durante sua recente visita a Washington D.C., que coincidiu com a posse de Trump.
Milei, que tem se mostrado favorável a políticas de Trump, elogiou as tarifas impostas pelo ex-presidente americano, afirmando que “Trump entende a geopolítica e usa tarifas como uma ferramenta estratégica.” Essa abordagem do argentino reflete um desejo de alinhar-se com a administração dos EUA, o que pode trazer vantagens para a Argentina em um mercado global competitivo.
Enquanto isso, a Argentina enfrenta sérios desafios econômicos, incluindo uma inflação que ultrapassa os 100%. As decisões que Milei tomar em relação ao Mercosul e a abertura para acordos bilaterais com países como os EUA serão cruciais para o futuro econômico da Argentina.