Em uma declaração contundente, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, caracterizou os incêndios intencionais que assolam o Brasil em meio a uma seca histórica como "terrorismo climático". As declarações foram feitas neste sábado (14) durante uma visita ao interior de São Paulo, onde a situação das queimadas está se tornando alarmante.

Marina fez uma comparação entre os incêndios criminosos e a tentativa frustrada de golpe de Estado pela extrema direita em 8 de janeiro de 2023, ou seja, ambos representam ações deliberadas para semear o caos no país. A sensação de impunidade e a falta de fiscalização tornam o Brasil um prato cheio para ações destrutivas em plena emergência climática.

"Temos uma proibição em todo o território nacional para o uso do fogo, mas é inaceitável que existam indivíduos perpetrando o que chamamos de verdadeiro terrorismo climático, utilizando as altas temperaturas e a baixa umidade para atear fogo em florestas e áreas verdes, colocando em risco a saúde pública e a biodiversidade", afirmou a ministra.

Além de alertar sobre as consequências diretas na saúde das pessoas e no meio ambiente, Marina também chamou a atenção para o impacto econômico da destruição das florestas. "Essas ações não apenas afetam a saúde pública, mas também prejudicam nossa economia e agravam ainda mais a crise climática que enfrentamos", enfatizou.

A ministra revelou que 50 investigações foram abertas pela Polícia Federal sobre queimadas criminosas e destacou a necessidade de uma ação decisiva dos órgãos de inteligência para desmantelar redes que organizam esses crimes ambientais. "Observamos uma verdadeira aliança entre o crime e a emergência climática no Brasil. Precisamos investigar essa conexão para debelar esse problema", declarou.

Marina reiterou que as queimadas ocorrem em um momento crítico, e que o trabalho de inteligência será crucial para identificar as motivações às suas raízes. "Ao compararmos esses incêndios criminosos, especialmente durante um período em que o uso do fogo é estritamente proibido, sentimos a urgência dessa investigação. Há forças que buscam desestabilizar o país".

O cenário atual, que mistura florestas em chamas e uma crescente emergência climática, clama por ação imediata. Com a degradação ambiental em ascensão, as palavras de Marina não são apenas um chamado à ação, mas um alerta urgente sobre a luta que se trava entre o que é sustentável e o que é devastador.