O Brasil se despede de uma de suas maiores estrelas do cinema: Vladimir Carvalho, que faleceu aos 89 anos em Brasília. Nascido em Itabaiana, na Paraíba, ele não apenas deixou um legado cinematográfico, mas também formou gerações na Universidade de Brasília (UnB), onde foi professor por mais de 20 anos.

Com uma carreira que começou a brilhar no movimento Cinema Novo, Vladimir foi fundamental na representação da história e política brasileira através de suas obras. Seus filmes icônicos, como 'O País de São Saruê' (1971) e 'Barra 68' (2000), são marcos na cinegrafia nacional e continuam a inspirar cineastas até hoje.

Além de ser irmão do também renomado cineasta Walter Carvalho, Vladimir fundou a Associação Brasileira de Documentaristas e criou, em 1994, a Fundação Cinememória. Esta instituição é agora o guardião do valioso acervo de sua obra, garantindo que seu impacto seja reconhecido pelas futuras gerações.

A reitora da UnB, Márcia Abrahão, expressou seu pesar pela perda, ressaltando o grande legado deixado por Vladimir: “Ele nos deixa um grande legado, não só da sua produção cinematográfica, mas também do seu olhar crítico sobre a ditadura militar, e foi um dos que resistiram em momentos de dificuldades para a nossa universidade.”

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também lamentou a morte do artista em suas redes sociais, declarando luto oficial de três dias. “Referência do cinema brasileiro, o professor Vladimir Carvalho dedicou sua arte para denunciar injustiças e dar voz aos desassistidos numa época de censura e perseguição política”, escreveu.

Vladimir Carvalho será lembrado não apenas por suas contribuições ao cinema, mas também por sua coragem e determinação em enfrentar os desafios de sua época. Ele inspirou tanto na tela quanto na sala de aula, moldando a percepção cultural e política do Brasil moderno. A indústria cinematográfica brasileira perdeu uma lenda, mas seu legado viverá para sempre.