O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez declarações polêmicas durante um evento em que entregou a concessão da BR-381, afirmando que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, deveria lhe conceder um troféu por ter aprovado a renegociação das dívidas dos Estados. Lula não hesitou em comparar suas ações a Jesus Cristo, afirmando que “só Jesus” faria o que ele fez para ajudar os Estados que enfrentavam dificuldades financeiras.

"Esse acordo da dívida de Minas Gerais, dos Estados como um todo, deveria resultar em um prêmio... um troféu para o primeiro presidente da República que nunca vetou nada de nenhum governador ou prefeito apenas por oposição", declarou Lula, destacando sua política de diálogo e apoio às administrações regionais.

Além de criticar Zema e outros governadores, Lula enfatizou a importância da renegociação e sua disposição em auxiliar os Estados que têm dívidas com a União, afirmando que, se houverem críticas, elas devem ser direcionadas ao Tesouro Nacional e não transformadas em vídeos nas redes sociais. O ex-governador da Bahia, Rui Costa, fez eco destas declarações, defendendo uma abordagem mais construtiva em vez de ataques virtuais.

Recentemente, foi sancionada a nova lei de renegociação de dívidas, que cria o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). Esta legislação busca revisitar as condições das dívidas e estabelecer um fundo de equalização para ajudar os Estados em situação fiscal saudável, com a promessa de descontos nos juros e prazos de parcelamento de até 30 anos.

Entre os pontos de discordância estão os vetos feitos pelo governo, que deixaram muitos governadores descontentes. A publicação do texto oficial aconteceu no Diário Oficial da União em janeiro e trouxe à tona discussões sobre a capacidade das administrações estaduais de se adaptarem a novos modelos de renegociação, além de levantarem preocupações sobre a autonomia fiscal das regiões.

Com uma trajetória política que mistura bravatas e polêmicas, Lula se posiciona como um defensor ardente das mudanças necessárias para a recuperação econômica dos Estados, enquanto recalibra suas relações com figuras de oposição como Zema. As repercussões dessas declarações e ações ainda estão sendo avaliadas, mas uma coisa é certa: o foco agora é na sustentabilidade fiscal do Brasil, e o governo promete lutar por essa causa.