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Lula Critica Severamente Israel e Acusa Netanyahu de Promover 'Genocídio'

2024-09-25

Autor: João

Durante uma coletiva de imprensa em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações contundentes sobre a atual situação no Oriente Médio, especificamente responsabilizando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por ações que ele descreveu como "genocídio". Essa declaração ocorreu após Lula participar de compromissos internacionais nos Estados Unidos e ser questionado sobre o crescente conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah, no Líbano.

Lula pediu que os países que apoiam Netanyahu "façam um esforço maior" para interromper o que ele classifica como genocídio, referindo-se ao número crescente de mortes na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Ele enfatizou que o comportamento do governo israelense não encontra justificativa diante das tragédias humanas que se sucedem. “Nós estamos em uma situação em que, de um lado, cuidamos do planeta e, do outro lado, vemos seres humanos se matando. Isso não pode ser aceitável”, disse ele, expressando a certeza de que a maioria dos israelenses não concorda com as ações do governo.

Na última segunda-feira (23), em resposta a uma ofensiva contra o Hezbollah, Israel conduziu um ataque aéreo no Líbano que resultou em aproximadamente 500 mortes e mais de 1.600 feridos, o que se tornou o dia mais sangrento no país desde a guerra de 2006. Além disso, Lula destacou a resistência de Netanyahu em aceitar negociações de paz, alegando que várias deliberações da ONU foram ignoradas por ele. Ele comparou Netanyahu ao presidente russo Vladimir Putin, sugerindo que ambos enfrentam condenações semelhantes em tribunal internacional.

Israel está se preparando para uma potencial invasão do Líbano, o que pode escalar o conflito em uma "guerra total", um cenário que preocupa países vizinhos e líderes globais. Uma guerra total implica na mobilização de todos os recursos disponíveis por parte dos adversários, tendo sérias consequências sociais e econômicas para os países envolvidos.

A relação entre Brasil e Israel se tornou ainda mais tensa após Israel declarar Lula "persona non grata". Essa definição foi uma retaliação ao presidente brasileiro, que fez comparações controversas entre as ações de Israel na Faixa de Gaza e o Holocausto. O termo "persona non grata" é um recurso diplomático que indica que um representante não é mais bem-vindo em um país, conforme estipulado em acordos internacionais.

Além de sua crítica a Netanyahu, Lula também abordou a guerra entre Rússia e Ucrânia, desafiando críticas do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre a proposta brasileira para mediar um acordo de paz. Lula defendeu a diplomacia como o caminho mais eficaz para resolver o conflito, sugerindo que Zelensky deveria adotar uma abordagem mais sensata e buscar uma solução pacífica. “Uma verdadeira solução deve ser diplomática, não militar”, ressaltou Lula, apelando para que todos os envolvidos se sentem à mesa para discutir um cessar-fogo e garantir sossego ao povo ucraniano.