O Congresso dos Estados Unidos aprovou uma medida polêmica nesta quarta-feira (22) que marca o início da política de imigração do novo governo Trump. A nova lei, que promete fazer sérios impactos sobre a vida de migrantes nos EUA, exige a detençãp de imigrantes em situação irregular acusados de crimes como roubo, agressão e outros crimes violentos. A votação na Câmara dos Representantes, dominada pelos republicanos, terminou em 263 votos a favor e 156 contra, com apoio surpreendente de um grupo de 40 democratas.

Intitulada Lei Laken Riley, a nova legislação foi nomeada em homenagem a uma jovem de 22 anos assassinada por um venezuelano em situação irregular, José Antonio Ibarra, que tinha antecedentes de roubo. Esse caso é um dos pilares usados por Trump e seus apoiadores para justificar a necessidade de uma abordagem mais rigorosa sobre a imigração.

Imediatamente após a aprovação da lei, Trump manifestou sua intenção de sancioná-la, tornando-se assim a primeira legislação em seu segundo mandato. Ele tem enfatizado que o foco principal de seu governo será o combate à imigração ilegal, afirmando que “milhões de criminosos estrangeiros” serão deportados. Suas palavras ecoam imagens de um regime de deportação em larga escala, causando preocupação entre defensores dos direitos humanos.

Os críticos da medida, incluindo vários legisladores democratas e organizações de direitos civis, levantaram sérias preocupações sobre os custos envolvidos. A estimativa é de que a implementação da lei custe 83 bilhões de dólares nos primeiros três anos, um investimento que, segundo a senadora Patty Murray, pode levar ao caos e à desestabilização dos serviços públicos.

Alexandria Ocasio-Cortez, uma das vozes mais proeminentes entre os democratas, classificou a nova legislação como “um declive perigoso”, alertando que as consequências poderão ser catastróficas para o Estado de Direito nos EUA. Durante o debate, Ocasio-Cortez enfatizou a necessidade urgente de revisitar e repensar as políticas de imigração do país.

Além disso, a presidente da Associação de Advogados de Imigração Americana (AILA), Kelli Stump, denunciou a legislação como ineficaz para garantir a segurança pública. Ela argumentou que a aplicação caótica das políticas por parte do governo não apresentará soluções efetivas para os problemas reais enfrentados pelas comunidades.

Trump, durante sua campanha presidencial, frequentemente citou o caso de Laken Riley como exemplo da falência das políticas do governo anterior, liderado por Joe Biden, e fez pressão para que Biden pedisse desculpas à família da jovem. O pai de Laken, em entrevista à NBC News, afirmou que a nova lei ajudou a impulsionar mudanças políticas significativas, acendendo um debate nacional sobre imigração que promete dominar a agenda política nos próximos anos.