Encontro Marcante em Pequim

A próxima semana promete ser explosiva em Pequim, onde o líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente russo Vladimir Putin se juntam a outros líderes globais para um desfile militar monumental. Em uma movimentação inédita, o evento está marcado para o dia 3 de setembro, na icônica Praça da Paz Celestial, celebrando o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial e a rendição do Japão.

Uma Imagem de União

Este anúncio, feito pelo Ministério das Relações Exteriores da China, coloca Kim e Putin em destaque, ao lado do presidente Xi Jinping, sugerindo uma poderosa imagem de solidariedade entre esses líderes autocráticos. A presença de Kim na China marca sua primeira visita ao país desde 2019, trazendo expectativas sobre o fortalecimento das relações entre os dois Estados.

Kim Jong-un: Raridade Internacional

Com apenas dez viagens ao exterior desde que assumiu o poder em 2011, Kim Jong-un, em sua última saída, se encontrou com Putin em um remoto porto espacial na Rússia. O desfile será uma rara oportunidade para o líder isolado aparecer ao lado de outros chefes de Estado, em um contexto onde Moscou e Pequim buscam estabelecer uma nova ordem mundial.

Demonstrando Poder Militar

Pequim aproveita este desfile para mostrar sua força militar em meio a um cenário geopolítico instável. Com uma postura cada vez mais assertiva sobre Taiwan e em disputas territoriais, a China terá mais de 10 mil soldados, 100 aeronaves, e uma exibição impressionante de equipamentos tecnológicos, muitos deles inéditos.

Participação Global e Exclusões

Com 26 chefes de Estado confirmados, a lista inclui figuras proeminentes como o primeiro-ministro do Paquistão e o chefe da junta militar de Mianmar. No entanto, líderes de potências ocidentais notavelmente estarão ausentes, deixando uma lacuna em um evento que celebra uma parte significativa da história militar da China.

Implicações Geopolíticas da Aliança

A relação crescente entre a Coreia do Norte e a Rússia, especialmente após a guerra na Ucrânia, tem gerado repercussões no equilíbrio de poder no Leste Asiático. O histórico pacto de defesa entre Kim e Putin, que oferece mútua assistência militar, preocupa os EUA e seus aliados, aprofundando as divisões geopolíticas.

Visão de Hong sobre a Amizade Sino-Coreana

O ministro assistente das Relações Exteriores da China, Hong Lei, destacou a "amizade tradicional" entre Pequim e Pyongyang, enfatizando que ambos os países têm lutado juntos ao longo da história. Essa união, especialmente contra a invasão japonesa há 80 anos, reforça as bases dessa aliança estratégica.

Com um desfile que promete não apenas exibir poder militar, mas também encapsular mais de meio século de cooperação, esta reunião de líderes autocráticos será um espetáculo que pode afetar o futuro da geopolítica global.