Kamala Harris Faz História com Vitória em Condado Decisivo dos EUA que Previu Últimas Sete Eleições Presidenciais
2024-11-06
Autor: Matheus
A candidata democrata Kamala Harris alcançou uma vitória notável contra o ex-presidente republicano Donald Trump no Condado de Door, Wisconsin, conhecido como "o condado mais indeciso" dos Estados Unidos. Esta região, marcada por uma tradição altamente competitiva nas eleições, tem um histórico impressionante: quem vence em Door acaba sendo eleito presidente.
Após a conclusão da apuração nesta quarta-feira (6), fica claro que Harris recebeu 10.564 votos (50,6%), enquanto Trump somou 10.098 votos (48,3%), de acordo com o governo do Wisconsin. Apesar de seu tamanho modesto, com cerca de 30 mil habitantes, Door se tornou um símbolo da tensão política americana, já que nas últimas sete eleições, a votação no condado previu corretamente o vencedor.
Desde 1996, a superstição em torno de Door ganhou força, e a região se consolidou como um termômetro crucial para as eleições presidenciais. No caso de 2020, Joe Biden venceu Trump no Wisconsin por uma margem apertada de menos de 300 votos, o que agrava ainda mais a importância deste condado.
Em períodos anteriores, gente como Barack Obama, que venceu em 2008 e 2012, também levou a melhor ali, destacando a flutuação de votos entre candidatos de diferentes partidos ao longo dos anos. Na última eleição em 2016, Trump superou Hillary Clinton por apenas 500 votos.
O ambiente eleitoral em Door neste ano reflete um crescente ativismo tanto entre democratas quanto republicanos. Membros de ambas as partes relataram um aumento no número de voluntários. A democrata Kris Sadur informou ao "The New York Times": “Nunca vi tanto entusiasmo.” Já a republicana Stephanie Soucek completou: “Tudo está mais intenso.”
Curiosamente, a diversidade demográfica do Condado de Door, que inclui uma combinação de idosos aposentados e trabalhadores da indústria agrícola, criou um cenário onde ambos os partidos estão investindo pesadamente em campanhas publicitárias.
Além de questões locais, temas como imigração e direitos ao aborto se destacam nas discussões eleitorais. A promessa de Trump sobre deportações em massa ressoa com eleitores conservadores na região, enquanto Kamala Harris tem se posicionado a favor de uma proteção federal ao direito do aborto, atraindo assim o apoio de grupos progressistas.
É interessante notar que, apesar da grande importância de Door, tanto Harris quanto Trump não visitaram o condado durante a campanha, o que levanta questões sobre estratégias eleitorais em um território tão simbólico.
No panorama geral das eleições, Wisconsin carrega um peso fundamental no Colégio Eleitoral, com 10 delegados em disputa. A média das pesquisas sugere que Kamala Harris está levemente à frente, mas a margem de erro indica um cenário de virtual empate. No Condado de Door, as projeções favorecem a democrata, com Charles Franklin, diretor de uma pesquisa destacada, apontando uma vantagem de quatro pontos.
Ainda assim, a experiência passada sugere cautela: em 2016 e 2020, pesquisas subestimaram a popularidade de Trump. A narrativa da eleição presidencial de 2024 está longe de ser definitiva, e o que acontece em Door pode servir de pretexto para reverter as tendências observadas até agora, reforçando que a política nos Estados Unidos é tão dinâmica quanto imprevisível.