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Justiça obriga Prefeitura do Rio a fornecer imagens das câmeras da UPA onde paciente morreu à espera de atendimento

2024-12-19

Autor: Gabriel

Decisão Judicial e Consequências

Uma recente decisão judicial está agitando o cenário da saúde no Rio de Janeiro. O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região acatou o pedido do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (SATEMRJ) e determinou que a Prefeitura do Rio entregue, em até 48 horas, as grabálhares das câmeras da UPA da Cidade de Deus. Essa medida se dá após a trágica morte de José Augusto Mota Silva, de 32 anos, que faleceu desacordado enquanto aguardava atendimento na unidade de pronto atendimento.

Indignação e Circunstâncias da Morte

O caso gerou indignação, especialmente após a divulgação de que a vítima chegou à UPA apresentando fortes dores e pedindo socorro, mas foi ignorado. A sua morte foi resultado de uma parada cardiorrespiratória, conforme informações da Secretaria de Saúde do município.

Penalidades e Investigação

Segundo a juíza, o não cumprimento da ordem resultará em uma multa diária de R$ 200. A medida visa garantir que as evidências não sejam modificadas ou destruídas, algo que a defesa dos profissionais de saúde teme, considerando a gravidade do caso.

Revelações sobre José Augusto

José Augusto entrou na UPA acompanhado por uma pessoa, mas, segundo relatos, ele estava consciente e andando até a recepção. No entanto, logo depois, foi encontrado desacordado. As câmeras de segurança são essenciais para esclarecer as circunstâncias que levaram ao seu falecimento.

Posicionamento do Secretário de Saúde

O secretário de Saúde do município, Daniel Soranz, afirmou que está sendo realizada uma investigação interna e que todos os prontuários clínicos e gravações estão sendo revisados. Ele ressaltou que a responsabilidade pelo atendimento é compartilhada entre toda a equipe que estava de plantão no dia, levando à demissão de 20 profissionais de saúde.

Clamor da Família e Comunidade

A indignação da família é palpável. Meriane Mota Silva, irmã de José Augusto, expressou sua revolta dizendo: "Ele não merecia morrer assim, sentado. Ninguém merece morrer de forma tão desumana, sem acolhimento". A história de José Augusto se torna ainda mais dolorosa ao se saber que ele estava na cidade há 12 anos e que sua família precisou fazer uma vaquinha online para trazer seu corpo de volta a Mogi Guaçu.

Reflexões sobre o Sistema de Saúde

Este trágico evento levanta questões sérias sobre a qualidade do atendimento público de saúde no Brasil e a necessidade de uma reforma urgente nesse setor. Moradores da comunidade se organizaram para protestar e pedir melhorias nas UPAs, reforçando a importância de que nenhum outro paciente sofra a mesma sorte que José Augusto.