Justiça de SP decreta prisão de seis integrantes da Mancha Alviverde por emboscada a cruzeirenses
2024-10-30
Autor: Carolina
Torcedores de Palmeiras e Cruzeiro brigam na Rodovia Fernão Dias em Mairiporã
Neste dia 30 de outubro, a Justiça de São Paulo atendeu ao pedido da Polícia Civil e do Ministério Público (MP), determinando a prisão temporária de seis integrantes da torcida organizada Mancha Alviverde. Além da prisão, foram autorizados mandados de busca e apreensão em residências ligadas aos acusados, incluindo a sede da torcida.
Os palmeirenses estão sendo investigados pela suposta participação em um ataque a ônibus de torcedores cruzeirenses da Màfia Azul, ocorrido no último dia 27, na Grande São Paulo. Até o momento, nenhum dos acusados havia sido preso, e os hospitais de Mairiporã e Franco da Rocha confirmaram que dois torcedores cruzeirenses continuam internados, em estado grave.
Uma emboscada violenta resultou na morte de um torcedor da Màfia Azul, identificado como José Victor Miranda, de 30 anos, que estava no ônibus incendiado. Além disso, o ataque deixou 17 feridos, e a gravidade dos ferimentos causou preocupação nas autoridades locais.
Os procurados incluem: - Jorge Luiz Sampaio Santos, presidente da Mancha Alviverde; - Felipe Mattos dos Santos, conhecido como "Fezinho" e vice-presidente; - Leandro Gomes dos Santos, o "Leandrinho"; - Henrique Moreira Lelis; - Aurélio Andrade de Lima; - Neilo Ferreira e Silva, apelidado de "Lagartixa", professor de artes marciais.
As investigações são lideradas pela Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), que identificou oito pessoas ligadas à Mancha Alviverde por envolvimento no ataque. A Promotoria apura o envolvimento das torcidas deste grupo como se fossem "facções criminosas", e três dos suspeitos têm funções de liderança na torcida.
A situação alarmou as autoridades, levando o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a apoiar os pedidos de prisão devido ao risco de fuga e destruição de provas. Detalhes da emboscada incluem o uso de barras de ferro, pedaços de madeira e rojões contra os cruzeirenses.
As cenas de agressão geraram reações não apenas da polícia, mas também dos clubes envolvidos. A Federação Paulista de Futebol (FPF) anunciou que atenderá a recomendações do MP, proibindo a entrada da Mancha Alviverde em estádios no Estado de São Paulo.
As torcidas se manifestaram nas redes sociais, onde a direção da Mancha Alviverde negou qualquer organização ou incentivo à emboscada. A direção da Màfia Azul também repudiou a violência, enquanto o Palmeiras e o Cruzeiro publicamente lamentaram o ocorrido e pediram punições severas.
Histórico de conflitos entre as duas torcidas: As rivalidades entre os torcedores do Palmeiras e do Cruzeiro não são novas. Em 2022, uma briga resultou em feridos em um pedágio em Minas Gerais, elevando a tensão entre as torcidas. Desde então, cada confronto parece aumentar a espiral de violência e retribuição, envolvimento de torcidas rivais e a criação de um ciclo interminável de hostilidade.
Este episódio, refletindo a crescente brutalidade associada ao futebol, traz à tona questões sobre a responsabilidade das autoridades em mitigar tais comportamentos e promover a paz entre os torcedores. O que será feito para evitar que situações como essa se repitam? O apelo por uma ação decisiva nunca foi tão urgente.