IPCA-15 em alta: 0,11% em janeiro, superando expectativas devido à pressão de alimentos e bebidas
2025-01-24
Autor: Julia
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que serve como uma prévia da inflação oficial, registrou um aumento de 0,11% em janeiro, superando a alta de 0,34% observada no mês anterior, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Analistas entrevistados pela Reuters tinham previsto uma queda de 0,03% nos preços mensais, além de uma alta acumulada de 4,36% em 12 meses.
Os principais responsáveis por essa elevação foram os grupos Alimentação e bebidas, com um crescimento de 1,06% e uma contribuição de 0,23 ponto percentual (p.p.) para o índice geral, e Transportes, que registrou alta de 1,01% e 0,21 p.p. A única queda significativa no índice veio do grupo Habitação, com uma diminuição de 3,43%, contribuindo negativamente com -0,52 p.p.
No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 apresenta um crescimento de 4,50%, uma leve queda em relação aos 4,71% do período anterior. Para referência, em janeiro de 2024, o IPCA-15 foi de 0,31%.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços analisados mostraram resultados positivos em janeiro. No contexto da alta em Alimentação e bebidas (1,06%), os preços em domicílio aumentaram 1,10%, impulsionados principalmente pelos aumentos significativos no tomate (17,12%) e no café moído (7,07%). Por outro lado, as quedas foram representadas pela batata-inglesa, que teve uma redução impressionante de 14,16%, e pelo leite longa vida, com -2,81%.
A alimentação fora do domicílio, embora ainda em alta, desacelerou de 1,23% em dezembro para 0,93% em janeiro, tanto em lanches (0,98%) quanto em refeições (0,96%).
Outra grande contribuição para o IPCA-15 em janeiro veio do grupo Transportes (1,01%), impactado por um aumento de 10,25% nas passagens aéreas, o que resultou no maior impacto individual do mês: 0,08 p.p. Os combustíveis também tiveram uma ascensão, com o etanol subindo 1,56%, o óleo diesel 1,10%, o gás veicular 1,04% e a gasolina 0,53%.
No transporte urbano, o subitem ônibus apresentou aumento de 0,46%. Algumas cidades registraram mudanças nas tarifas, como Curitiba, onde, a partir de 5 de janeiro, a tarifa modal aos domingos passa a custar metade do valor; e em Fortaleza, que adotou a tarifa social com início em 31 de dezembro de 2024.
As cidades que implementaram reajustes nas tarifas de ônibus incluem: Belo Horizonte (4,00%, devido ao reajuste de 9,52% a partir de 1º de janeiro), Rio de Janeiro (2,79%, com um aumento de 9,30% a partir de 5 de janeiro), Salvador (2,48%, aumento de 7,69% a partir de 4 de janeiro), Recife (1,46%, reajuste de 4,87% a partir de 5 de janeiro), e São Paulo (-4,24%, com reajuste de 13,64% a partir de 6 de janeiro). A queda em São Paulo é reflexo das gratuidades concedidas em feriados.
No transporte de táxi, o aumento foi de 3,08% no Rio de Janeiro, resultado de um reajuste de 7,83% a partir de 2 de janeiro. Em São Paulo, os aumentos nas tarifas de trem e metrô foram de 1,00%, consequência do reajuste de 4,00% nas passagens a partir de 6 de janeiro. A variação negativa de -1,78% no transporte público de São Paulo é uma combinação dos reajustes e gratuidades oferecidas durante as festas de fim de ano.
Esta alta no IPCA-15 é um indicativo importante para as coinjunturas econômicas do país, dado que a inflação afeta diretamente o poder de compra dos consumidores. A expectativa é que o Banco Central utilize esses dados nas decisões sobre a política monetária nos próximos meses.