A Alerta do Neurocientista

Durante uma importante entrevista no programa CB.Saúde, uma colaboração entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, Leandro Freitas, especialista em neurociências pela Universidade Federal de São Paulo, soou o alarme sobre o uso excessivo de medicamentos pelos brasileiros. Freitas destacou a necessidade de um equilíbrio entre depender de remédios e a aversão a eles, enfatizando que a medicação não deve ser vista como a única solução para os problemas de saúde mental.

"Não podemos ter uma farmacolatria, pensando que a medicação resolve tudo, mas também é crucial não entrarmos na farmacofobia e ignorar o papel importante que os medicamentos podem ter", declarou Freitas.

Estatísticas Alarmantes

Dados do Conselho Federal de Farmácia revelam que em 2024 os brasileiros consumiram mais de 100 milhões de caixas de estabilizadores de humor, um número alarmante, segundo Freitas. Ele argumentou que o ideal para lidar com os crescentes problemas de saúde mental e o uso desmedido de medicamentos é encontrar um equilíbrio entre a psicoterapia e a farmacologia.

A Importância da Autorresponsabilização

Freitas também mencionou a importância da autorresponsabilização, afirmando que quando as pessoas se tornam reféns das drogas, elas acabam perdendo parte de sua identidade, especialmente aquelas relacionadas a transtornos de humor. "É vital que as pessoas percebam que têm um papel ativo na sua saúde mental e não devem depender exclusivamente dos medicamentos para funções cotidianas como dormir, comer ou estudar", ressaltou o neurocientista.

Recomendações para uma Recuperação Saudável

Ele recomenda que as pessoas busquem profissionais qualificados da área médica que possam avaliar adequadamente, prescrever o tratamento correto e acompanhar cada paciente de perto durante o processo. Essa abordagem pode ajudar a evitar uma relação prejudicial com os medicamentos, promovendo uma recuperação mais saudável.

Conscientização e Alternativas

Além disso, é importante que a sociedade se conscientize da gravidade desse consumo excessivo e busque alternativas, como terapias alternativas e práticas de autocuidado, que podem complementar o tratamento convencional. A falta de diálogo sobre saúde mental e medicamentos pode levar a um ciclo vicioso de dependência, e é fundamental que este tema seja amplamente discutido, especialmente em tempos de crescente ansiedade e estresse na população.